O dia anterior passara tranquilamente, e Medson estava feliz por ter conhecido mais um lugar e ter desenhado cada detalhe em sua imaginação.
Ao despertar naquela manhã, Medson estava mais animada que o normal, diferente dos outros dias. Caio observou sua animação com um sorriso e logo se sentou ao lado dela.— Teve bons sonhos? Por isso está com esse sorriso brilhante?— ele perguntou curioso.— Tive sim, mas não é isso que me deixa animada.— Ela respondeu fazendo um ar de mistério, sabendo o quanto Caio era curioso.— O que é?— Hoje é o aniversário do Vinícius, estou ansiosa para vê-lo. Esta semana quase não nos falamos. Estou com saudades.— Medson falou entre suspiros.— Ah, é hoje o aniversário desse cara. Bom, tem gosto para tudo, não é?— Caio resmungou revirando os olhos.— Pode parar com a implicância, Vinícius é um bom namorado. — Ela retrucou, fingindo estar brava, e logo começaram a rir juntos.Caio e Medson tinham uma conexão especial, ele dedicava praticamente cem por cento do seu tempo a ela. Por isso, Medson se sentia privilegiada por tê-lo ao seu lado. A confiança que ela tinha nele superava qualquer coisa.— Tá, tá, não vou mais falar dele.— Pega meu celular, por favor? Vou ligar para o Vini para ver que horas nós vamos nos encontrar.Medson ligou para ele e, em pouco tempo, Vinícius atendeu.— Oi vida, tudo bem?— Vinícius perguntou.— Oi sumido, você vem aqui hoje? Comprei um presente para você.— Ela fala deslizando os dedos no lindo relógio que Caio ajudou ela escolher.— Hum, Medson, hoje não vou conseguir. Trouxe alguns trabalhos para fazer em casa, mas prometo ir amanhã.— Ah, tudo bem... que pena, mas entendo. — Ela suspira tristemente.— Bom, feliz aniversário, amor, que você realize todos os seus sonhos e desejos!— Obrigado, amor. Vou morrer de saudade. Te amo tá?— Eu também. Então, até amanhã, beijos.— Até.Desanimada, Medson desligou o telefone, e o silêncio foi o suficiente para que Caio aumentasse sua antipatia por Vinícius.— Ele não vai vir, né?— Não... que triste, achei que hoje poderia estar com ele e passar um tempo a mais ao seu lado. Vinícius parece viver somente para o trabalho e nem se lembra de que eu também preciso dele.— Sinto muito...— Eu até consigo entender, sabe, por Vinícius ser professor e com as provas da faculdade quase nunca podemos estar juntos. Mas as vezes é complicado. Parece que tudo é mais importante do que nosso relacionamento. No começo era tudo tão diferente, nos davamos super bem, acho que se tivéssemos continuado só com a amizade, não estaria me sentindo tão sozinha.— Entendo... não fica assim. Você não está sozinha! Eu estou com você, sabe o quanto amo sua companhia, você é como se fosse minha irmã mais nova.— Caio diz e Medson se emociona. Ela da um forte abraço nele e sorri.— Obrigada. Acho que já sei o que vou fazer. Vou fazer uma surpresa para ele. Você pode me levar até o apartamento dele? Eu tenho a chave, talvez Vinícius não esteja lá.— Claro, carinho. Chama seu pai também, ele adora o Vinicius.— Verdade, vou chamar.Medson comprou um bolo de creme com morangos, o sabor favorito de Vinícius. No caminho, ligou para o pai, que aceitou o convite. Como era a folga de Mauro, ele havia saído para pagar algumas contas e, com a ligação da filha, marcou um lugar para Caio buscá-lo.Chegando no apartamento, Medson informou a senha para Caio, que abriu a porta. Enquanto caminhavam com cuidado pela sala, mesmo estando juntos há algum tempo, o local ainda era um pouco desconhecido para seus sentidos. Vinicius, quando a queria ver, sempre ia à casa de Medson, mas ele só a trouxera duas vezes e nunca mais.Caio e o pai de Medson, Mauro, ficaram na sala esperando enquanto ela ia chamar Vinicius. Como a música estava alta, Vinicius não ouviu alguém entrando em seu quarto. Medson abriu a porta cuidadosamente e entrou, os ruídos desconhecidos que se misturavam com a música não eram claros para ela.A poucos passos dela, estava Vinicius com Camila, irmã de Medson. Havia um tempo que Vinicius estava traindo Medson, e ela nunca desconfiara, pois acreditava que realmente a carga horária de trabalho dele era exaustiva por isso ele nunca conseguia encontra-la.Camila se assustou ao vê-la entrando, mas continuou seu ato mesmo com a presença da irmã no quarto.— Amor, você está aí? —Medson o chamou, tentando encontrar a cama com as mãos estendidas. O volume alto da música não permitia que ela ouvisse os gemidos que se espalhavam pelo quarto.— Medson?...— Vinicius disse assustado ao vê-la, tentando esconder Camila, que ficou irritada com a forma como ele a pressionava em baixo dos lençóis.— Oh, amor, estou sim, estava dormindo.— Vinicius mentiu, cobrindo a boca de Camila para que não fossem pegos.— Pode me guiar até você?— ela perguntou, um pouco sem graça por nunca ter entrado no quarto dele.Camila levantou-se nua e começou a andar em volta de Medson, rindo silenciosamente. Ao perceber que Medson quase tocou em Camila, Vinicius se levantou rapidamente, tentando cobrir a si e a amante com o lençol.— Amor, o que está fazendo aqui? — Vinicius perguntou, com semblante nervoso.— Eu vim te fazer uma surpresa, amor. É seu aniversário, lembra? — Medson respondeu, com um sorriso no rosto, sem notar a presença de Camila.— E também, eu... estava com saudades.— Claro que me lembro, mas... —Vinícius tentou encontrar uma desculpa, mas Medson o interrompeu.— Eu trouxe seu bolo favorito. Deixei ele na sala. — Medson falou, caminhando em direção à cama, ainda sem notar Camila ali na sua frente, rindo e tirando sarro da irmã.— Não! Fica onde está.— Vinicius gritou na tentativa de impedi-la de continuar andando.— Tem umas coisas aqui no chão e você pode se machucar.— Ah, entendi.— Medson se aproximou da janela e o leve vento fez com que o cheiro de sexo e o perfume doce da irmã invadissem seus sentidos. Tentando reprimir seus sentimentos, ela tentou ignorar suas desconfianças.— Tem mais alguém aqui? De onde eu conheço esse perfume? — ela perguntou, sentindo o coração bater mais forte.— Não... eu estou sozinho, é só o desinfetante que passei ao limpar o chão. Fica onde está que vou escovar meus dentes e já volto. — Ele respondeu, ligando o ar, arrumando a cama rapidamente e colocando a cueca. Camila se aproximou e começou a beijar Vinicius, seus dedos deslizaram sobre seu abdômen, parando em seu membro, e ela apertou, fazendo Vinicius soltar um gemido.— Amor, você está bem? — Medson falou, tentando se aproximar, mas esbarrou na mesa do computador, derrubando alguns livros que estavam em cima. — Droga. Desculpa... — Medson se abaixou tentando recolher os livros.— Olha o que você fez! Já disse para ficar parada aí! — ele falou com grosseria, assustando Medson.— Desculpa, eu não quis te incomodar. Se não quer que eu fique com você... eu vou embora. — Medson murmurou tristemente pela forma fria com que ele a estava tratando.Ela virou em direção que pensava ser a porta, mas acabou indo em direção à suíte. Deslizando as mãos trêmulas na parede, ela se sentiu magoada por ele sequer ajudá-la a se encontrar.— Espera, amor. Me desculpa, eu já vou te ajudar... — Vinicius disse, tentando se soltar de Camila, que não parava de se esfregar nele. — Para, porra! — Ele sussurrou para Camila, apertando seus braços com brutalidade e afastando-a de perto do seu corpo.Vinicius tentou passar para ir ao encontro de Medson, mas foi impedido novamente. Ele encarou Camila com raiva, enquanto ela sorria de forma provocativa com a situação.Caio e Mauro, que estavam na sala, logo perceberam a demora de Medson e foram em direção ao quarto. Ao ver a cena, Mauro ficou furioso e encarou Vinicius e Camila, sem conseguir reagir, sentindo a vergonha ao ver a filha nua, se esfregando descaradamente e segurando as partes íntimas do namorado da irmã.— O que diabos está acontecendo, Camila? — Ele gritou, assustando Medson, que não conseguia entender o que estava acontecendo ao seu redor.