CAPÍTULO XXIX
FANTÁSTICO PALPÁVEL
O curativo improvisado no coto do dedo decepado encharcara novamente e Maia, mais uma vez, precisou trocá-lo, mas sem diminuir o ritmo da caminhada em meio à floresta de árvores retorcidas que os cercava e cuja orla fora alcançada depois de tanto caminharem pelas planícies esturricadas e desérticas das primeiras horas de viagem.
Um silêncio inquieto reinava entre os assassinos, governando o vazio deixado por suas últimas palavras, cuja sinceridade, suplantou a destreza de ambos em manter os sentimentos trancados a sete chaves.
— Você precisa cauterizar o ferimento — afirmou Kel’Enner, sem se voltar para Maia, a voz rouca afetada pelo frio da noite.
— Eu sei! — respondeu irritada. — Mas não devemos parar antes de percorrermos uma distância segura daquele lugar, pode haver mais daquelas coisas à espreita — a palavra orc ainda lhe soava estranha. Maldito conto de fadas.
— Por falar nisso...
— Sim