CAPÍTULO XV
AVISOS, PROMESSAS E PROFECIAS
Caleb já tinha contado três vezes quantas telhas havia no teto do quarto em que ele e Luther foram acomodados. O amigo roncava sonoramente na cama ao lado. O jovem já dividira quartos e barracas o suficiente com Luther para saber que quanto mais cansado ele estivesse, mais alto roncava, mas não eram os barulhos animalescos que o impediam de dormir.
Quanto mais se aproximava da capital, maior era a ansiedade. As dúvidas sobre o que encontraria no interior dos muros do Arcanum espreitavam por trás de cada pensamento seu, de cada sorriso, de cada palavra pronunciada.
Em sua mente, o Arcanum desenhava-se como um castelo velho e pavoroso, erigido em pedras negras e envolto brumas sinistras. A construção debruçava-se sobre a beira de uma encosta rochosa, onde ondas gigantescas de um mar bravio castigavam incessantemente os rochedos em meio a uma tempestade que durava para sempre. Um lugar onde a noite era eterna. Mas Caleb sabia que o Arcanum ficava