Capítulo 19

Ellenne caminhava com dificuldade enquanto carregava o baú, parecia pesa uma tonelada, mal conseguiu sair da cabine antes de o derrubar ao convés, próximo ao Sr. Willians.

Oscar caminhou até ela com pressa, a ajudando a recolher as moedas de ouro que se espalharam. A garota sentiu-se ligeiramente envergonhada, queria se esconder no primeiro buraco que encontrasse, porém, tentou manter o semblante calmo e despreocupado.

— Devia ter me chamado. — Oscar disse levantando o baú — Eu assumo daqui.

Lhe deu uma piscadela discreta antes de se afastar.

Ela respirou fundo antes de retornar a cabine do capitão, voltou ao seu trabalho, não demorou tanto quanto imaginava para ajustar a calça a camisa e o caso que encontrara, outrora pertencidos a Kira enquanto ainda comandava o Pesadelo Marinho.

Sentiu o balanço do navio diminuindo, levantou para acordar Rubi que mesmo relutante abriu os olhinhos cansados.

— A roupa está pronta, vou esperar lá fora. — sussurrou.

A menina assentiu se levantando.

Do lado de fora, Ellenne pôde ver o navio ancorado próximo da praia, porém, não via nenhum sinal de Malesinmar, acreditava que talvez ele tivesse partido ou mesmo estivesse morto e fora carregado pelas ondas do mar.

— Oscar e Petrus, desçam para ver se encontram Malesinmar então o tragam a bordo. — Sr. Willians berrou — Não demorem, ainda temos que comprar suprimentos.

Oscar já se preparava para descer enquanto Petrus resmungava retirando as botas para não molhar.

— Eu é que deveria estar no comando.

— Está dizendo isso há duas horas. — Oscar balançou a cabeça.

Desceram para a água a procura da criatura que fora deixada para trás no dia anterior, procuraram perto da praia, até que Petrus o avistou, ainda deitado no mesmo lugar.

O olho arrancado parecia estar crescendo de novo, o braço esquerdo também, apesar de ter sido apenas um pouco, era um grande avanço, os cortes estavam totalmente cicatrizados e ele estava aparentemente melhor do que quando o deixaram.

O ergueram com cuidado levando-o de volta ao navio, tiveram um pouco de dificuldade de subi-lo, mas com um pouco de esforço, foram capazes de colocá-lo a bordo. A criatura caminhava cambaleante e silenciosa pelo convés, observava a todos os presentes como se procurasse por algo, ou melhor, alguém.

Rubi saiu da cabine devagar, intrigada com a criatura ali no convés, ainda não tinha muita confiança em se aproximar de Malesinmar.

— Vamos atracar no porto agora, Ellenne e Oscar irão descer, Petrus e Eliaquim fica responsável pela vigília e eu vou verificar se está tudo em ordem com o navio. — Sr. Willians dizia com pulso firme — Não queremos surpresas quando estivermos em alto mar.

— E eu? O que farei? — Rubi questionou cruzando os braços.

— Você pode vir conosco se quiser. — Ellenne respondeu.

A garota assentiu feliz.

O navio se movimentou novamente, dessa vez mais lento devido o destino ser bem próximo dali, quando atracaram, Ellenne, Rubi e Oscar desceram rapidamente.

Eliaquim respirava devagar, detestava ficar perto de Petrus, mas parecia que tudo conspirava para que eles ficassem no mesmo local. Seguia-o de longe, com medo de que o capitão descontasse suas frustrações e raivas contra ele.

— Ei, moleque. — Petrus virou-se.

O garoto parou no lugar, esperando para saber o que Petrus queria.

— Você vai subir para o cesto da gávea, será bem mais útil lá do que me seguindo como uma sombra. — resmungou.

Ele assentiu engolindo em seco, nunca tinha estado no cesto da gávea antes, na verdade tinha um certo medo de altura, lhe dava vertigem só de pensar em subir àquela altura e ficar por lá observando tudo.

— O que está esperando? — berrou — Trate de subir logo!

Assustado, o garoto se dirigiu para o mastro principal, subindo o mais rápido que pôde, apesar de não haver ventania, ar cordas balançavam muito deixando-o amedrontado ao perceber que a cada minuto estava mais longe do convés.

Sr. Willians observava a tudo sem falar nada, sua mente ainda estava concentrada em Kira, não sabia a real situação de sua capitã, queria ter certeza de ela estava bem, onde quer que estivesse.

Suspirou enquanto caminhava pelo convés, queria verificar tudo, não podiam se dar ao luxo de ter alguma surpresa inesperada, ainda mais que ele não tinha magia como sua capitã, não poderia controlar o Pesadelo Marinho habilmente, o velho navio era ainda mais arisco do que o Sombra do Oceano.

Malesinmar sentou-se nos pequenos degraus que levavam a cabine do capitão de forma débil, a criatura não parecia esta raciocinando corretamente.

No comércio, Ellenne olhava a tudo atentamente, muitos comerciantes vendiam alimentos de procedência duvidável, porém, depois da maldição, era ainda mais arriscado comprar qualquer coisa para se alimentarem, tinham que escolher bem o que levariam, não podiam se dar ao luxo de adoecer de novo.

— Tudo aqui parece “não comível”! — Rubi fez caretas com o rosto — Kira sempre sabia qual alimento podíamos comer, apenas olhando para ele.

— A capitã tem anos de experiência com piratas, corsários e comerciantes fajutos. — Oscar comentou — Já tivemos muitas histórias, ela se usou de cobaia várias vezes para testar sua intuição, deviam tê-la conhecido antes, era uma piada ambulante.

— Eu queria muito ter passado a minha infância com Kira... — Ellenne suspirou.

— Quando você se tornou membro da tripulação da capitã, ela já era adulta? — Rubi o encarou com olhos pidões.

— Não, era um pouco mais velha que você, porém, bochechuda e muito mandona, apesar da pouca idade ela mostrava competência. — ele respondeu dando de ombros — Não sei o que aconteceu, mas algo mudou no meio do caminho, a capitã não se preocupava muito com rotas, regras... de repente ela estava sempre preocupada com tudo o tempo todo.

— Quando crescemos, as coisas que pareciam divertidas parecem mudar, talvez ela tenha percebido que ser capitã era mais do que uma brincadeira. — Ellenne se virou para ele.

— Pode ser... — Oscar parou em frente a uma barraca que vendia frutas d’água.

Pareciam frutos frescos, porém, queriam ter certeza, aqu

Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.

Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.

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