Ela hesitou por um segundo, depois se aproximou e sentou ao meu lado, deixando um espaço seguro entre nós. Nomeadamente grande demais pro que eu queria, mas… tudo bem. Um passo de cada vez.
Fiquei olhando o lago por alguns segundos. O reflexo das árvores parecia uma pintura tremida pela brisa.
— Eu não devia ter agido daquele jeito na reunião — falei finalmente. — Sei que peguei pesado. Que fui… — procurei a palavra. — Territorial.
Lorena soltou uma risadinha curta.
— Um pouco.
Virei pra ela, meio frustrado e rendido.
— Só um pouco?
— Tá. Bastante. — Ela suspirou. — Mas você não gritou, nem humilhou ninguém. Só… deixou claro que não gostou.
— Não gostei mesmo — admiti, olhando pro chão. — Ver ele se aproximando de você… eu senti uma coisa ruim aqui.
Bati levemente no meu peito.
Ela ficou quieta, olhando meu gesto.
— Rafael… a gente não tem nada — disse, mas o tom era suave, quase como se estivesse testando a frase.
Soltei o ar devagar.
— Eu sei e é isso que me irrita. Porque… — virei-