Ela ergueu o olhar e arregalou os olhos.
— Lorena?! Meu Deus, você tá… encharcada.
— A chuva me pegou quando fui pro carro — respondi com um sorriso rápido, tentando não entregar nada do meu caos interno.
Joyce começou a juntar o material, falando enquanto empilhava as folhas:
— Alana já tá dormindo. Desmaiou cedo hoje.
— Obrigada, de verdade. Eu já te mando o valor das horas — falei, já abrindo a bolsa pra pegar o celular.
Ela sorriu, agradeceu e saiu, fechando a porta atrás de si. Joyce morava no apartamento do andar de cima.
O silêncio veio de novo. Dessa vez… mais pesado.
Encostei na parede da sala e deixei os ombros caírem, como se finalmente pudesse desabar. Tirei os sapatos ali mesmo, sem pensar muito, e caminhei até o banheiro.
Um banho.
Eu precisava de um banho urgente. Não só pra tirar a chuva e o frio… mas pra tentar organizar tudo o que eu estava sentindo.
Entrei no banheiro e fechei a porta devagar, como se isso fechasse o mundo lá fora junto. Liguei o chuveiro e esperei