Mas aí ela arqueou a sobrancelha.
— Não é nada disso que você tá pensando. Eu só quero fazer um curativo nesse seu machucado aí. Tá horrível.
Automaticamente levei os dedos até a lateral da boca. Estava doendo desde aquele soco do desgraçado, mas nem percebi que tinha aberto.
— Ah… é. Claro, o curativo. — engoli seco, rindo de leve. — Tô precisando mesmo.
É óbvio que eu aceitei. Qualquer desculpa pra estar perto dela, eu agarrava.
Subimos em silêncio. A respiração dela era calma, controlada… a minha? Uma bagunça completa.
Entramos no apartamento, tudo estava quieto. Um contraste enorme com a loucura da festa de antes. Ela me chamou com um gesto de cabeça, apontando pro corredor.
— Vem, vou pegar o kit no banheiro.
Segui atrás dela, tentando não olhar demais… e falhando miseravelmente. Como era possível essa mulher continuar me deixando tão nervoso?
No banheiro, ela abriu o armário, tirando o kit de primeiros socorros. Se moveu com naturalidade, como se ainda lembrasse da última vez qu