Meu peito parecia que tinha implodido. O som do fogo engolindo tudo era como um grito no fundo da minha cabeça. E ali estava o carro... meu carro… completamente tomado pelas chamas.
O lugar onde Catherine deveria estar.
Eu chorava, mas já nem sabia se chorava de dor, de choque ou de medo. O mundo girava, meu corpo doía, mas nada se comparava ao buraco que começava a se abrir dentro de mim.
O som de um gemido baixo, tão fraco que quase se perdeu no meio dos alarmes dos carros ao redor chamou minha atenção.
Virei o rosto, com o coração disparando de novo. Meus olhos varreram tudo, até que eu vi…
— Catherine...?
Entre dois carros, onde o alarme berrava e a fumaça começava a se espalhar, uma sombra surgiu cambaleando. Era ela.
— CATHERINE! — gritei, levantando do chão de uma vez, sem nem sentir o corpo.
Ela estava com o braço sangrando, a roupa suja, os olhos marejados. Andava com dificuldade, meio zonza… mas viva.
Corri em direção a ele.
— Catherine! Meu Deus, meu Deus... você tá viva!