A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi largar as chaves na mesa da sala e respirar fundo. Desde cedo eu estava com a cabeça presa no escritório… mais especificamente, presa nela.
A imagem de Lorena mexendo nas coisas, toda concentrada, ainda grudava no meu cérebro. Mas o que realmente me fez respirar um pouco mais leve foi a confirmação de algo que eu vinha torcendo pra ver, o dedo dela estava limpo.
Nenhuma aliança.
Um alívio estranho me percorreu. Não que eu quisesse comemorar o fim de qualquer coisa que ela tivesse vivido… mas sim porque parecia que, enfim, algo podia andar pra frente. Que eu podia me aproximar dela sem sentir que estava atravessando uma linha.
Eu só precisava cuidar dela. E garantir que aquele desgraçado não tivesse outra chance de machucá-la.
O celular tocou, tirando meus pensamentos do rumo. Ruan.
Atendi na hora.
— Fala.
— Estamos monitorando todo o movimento, — ele disse direto, como sempre.
A tensão no meu peito voltou.
— Toma cuidado, Ruan.