ROSA
— Desculpa, Rosa — Gini disse antes mesmo de eu fechar a porta atrás de mim. Ela estava sentada no balcão, olhando para baixo e balançando as pernas — A minha avó às vezes pega pesado. Perdão.
— Você não tem clientes mesmo, não é? — Eu perguntei e ela ergueu o olhar — Eu estou só te dando despesa.
— Não, Rosa! — Ela saltou do balcão e veio em minha direção — Não é isso! Eu tenho clientes, eles só… Não vem aqui.
Eu franzi o cenho.
— Gini, se os seus clientes não vêm até a loja, por que você não mantém um negócio na internet? Não seria melhor do que manter esse lugar?
— A loja é minha, Rosa. Os dois andares. Eu moro lá em cima — Ela apontou pro alto — Isso aqui não é alugado. A despesa que tenho com esse lugar é ínfima. Vale mais a pena estar rodeada de livros do que sentada na frente do computador.
Eu conseguia concordar com aquilo.
— Mmm… Quer que eu limpe a loja, então? Eu sei que ela tá super limpa, mas… Eu preciso fazer jus ao meu salário.
— Rosa… Eu prefiro que me faça