Nove meses de gravidez.
Quando Beatriz deu à luz Andrea Silva, era exatamente setembro, início da primavera. Ela despertou sentindo o cheiro de desinfetante no ar e uma dor incômoda em seu corpo. Tinha sido um parto natural, e ela passou um dia e uma noite inteiros em trabalho de parto.
— Você acordou. Está sentindo alguma coisa?— Perguntou Chris, que havia passado o dia anterior inteiro esperando do lado de fora da sala de parto. Ele parecia exausto.
Beatriz não se sentiu tocada. Ela o encarou e perguntou com a voz rouca:— Onde está minha filha?
— Você deve estar com fome. Vou pedir algo para você comer.— Chris massageou as têmporas e fez uma ligação.
Assim que desligou, Beatriz insistiu, olhando fixamente para ele: — Chris, você não ouviu minha pergunta? Onde está minha filha? Responda!
Ela encarava o homem, sentindo um aperto no peito, com medo de que ele pudesse fazer algum mal à sua filha.
— Sou surdo do ouvido esquerdo, não é estranho não ouvir direito.— Chris serviu um copo d’