Eu saí andando e ele ficou parado, olhando entre as minhas pernas.
       Arthur chegou por trás dele.
   — O que houve, pai? Vocês discutiram? Por favor, não comece!
        Romeu se justificou, sem jeito.
   — Eu apenas expressei a minha opinião quanto ao seu vestido, eu o acho curto!
        Arthur olhou para mim, que já quase alcançava os degraus e concluiu:
   — A mim, parece perfeitamente normal! Ela ficou muito bem nele!
        Romeu ficou pensativo, me observando.
   — Eu nunca a deixei usá-lo! Ela o vestiu de propósito para me contrariar!
        Arthur achou graça.
   — Deixa de ser machista, senhor Romeu Martins! As mulheres que nos abordam nas reuniões usam vestidos bem mais curtos, e eu garanto que lhe agradam!
   — Por isso mesmo! Elas são livres, não são casadas, muito menos minhas esposas!
       Arthur tocou no ombro do pai e o ultrapassou no corredor.
   — Vamos nos apressar, pai! Juliette tem o direito de usar a roupa que quiser, sendo sua esposa ou não!