Eu estava preparada para ele. Sem fazer nenhum ruído, peguei o punhal de trás do travesseiro. Respirei fundo e senti alegria por saber que ele estava ali. A hora dele havia chegado.
Retirei o punhal da bainha e me pus sobre ele, colocando a lâmina pontiaguda no seu pescoço.
A cortina balançou com o vendo e a luz da lua cheia iluminou o quarto. Vi Andrew imóvel, com os olhos abertos, me encarando.
Ele levantou os braços calmamente e disse:
- Me mate, Chapeuzinho. Mas não antes de fazer amor comigo.
Eu tive vontade de chorar. Eu quase matei Andrew. Mas ao mesmo tempo a reação dele me fez rir em meio às lágrimas.
Ele ligou a luz e me encarou, ainda sobre ele. Pegou tranquilamente o punhal da minha mão e limpou minhas lágrimas:
- Sonho? – ele perguntou.
- Pesadelo...
- Não... Se você conseguiu pegar o punhal e tocou nele, foi um belo sonho.
- E se eu tivesse cortado sua garganta? – solucei, em pânico.
- Você não cortou... Porque eu não sou ele. Vai fazer isso nele, entendeu?
Assenti, com