(Dallas)
Não ficamos para ver o avião decolar, nem poderíamos. Siegfried ligou o rádio e seguiu para a estrada. Ficamos em silêncio por uns dez minutos, mas pareceu uma eternidade.
Nesse tempo, muitas coisas se passaram por minha cabeça, mas eu deixei ir embora, toda a raiva e os pensamentos ruins. Acontece que a maldita tinha razão. Eu estava com ciúmes e não sabia lidar com aquilo, o sentimento era novo para mim. Sempre soube que me casaria com Siegfried e nunca tinha, nunca mesmo, cultivado sentimento de posse dentro de mim.
Com um suspiro pesado eu deslizei a mão pela perna dele, causando um imediato susto em meu marido, que simplesmente virou-se para mim com os cabelos presos como sempre e um olhar franzido de desentendimento. Porém, foi reconfortante como ele segurou na minha mão e coçou a garganta, como se testasse o som.
— Desculpe. — Pedi.
— Ahn? — Siegfried estranhou.
— Desde que nos conhecemos, quer dizer, nos reencontramos para o casamento, tenho sido injusta contigo. — Co