Capítulo 5 - Penetrante

Oliver

Liguei para meu médico particular e levei Laura para o hospital em que ele estava de plantão, pedindo sigilo. Entrei com ela em meus braços pela porta dos fundos, ela estava gelada, pálida, desacordada.

- Não sei dizer o que ela bebeu, Doutor!

- Já pedi o toxicológico, junto com alguns outros exames, assim que sair volto para falar com você. - O médico saiu me deixando no quarto com ela desacordada.

Algumas horas depois e nada do médico chegar e Laura não acordava. Acabei dormindo no sofá. Fui acordado pelo médico tossindo no quarto:

- Com licença Oliver! O resultado saiu...

- O que aconteceu? Ela bebeu demais?

- Na verdade, ela recebeu o boa noite Cinderela. Realmente ela não bebeu, o homem usou uma medicação que é pouco usada nesses casos, pois é diluída em água. Por sorte você estava com ela e trouxe-a, pois a administração dessa droga, na dosagem que foi utilizada pode deixa-lá desacordada por dias... Esse homem poderia ter feito o que quisesse com ela. Bom, já fizemos a administração de...

- Quanto tempo até ela acordar?

- Acredito que pela manhã ela já estará acordada, mas muito sonolenta. Essa sonolência pode dura até três dias, ou mais.

- Faça o que for preciso!- Disse eu enquanto o doutor saia da sala.

Respirei fundo olhando para Laura naquela maca. Me senti horrível, pois desde o momento em que aquele homem apareceu, eu vi que ela estava desconfortável. Nenhuma mulher merece passar por isso.

Acordei com Laura me chamando:

- Oliver... Oliver... - Abri meus olhos e ela estava deitava com os olhos mole, bocejos umas quatro vezes enquanto me olhava. - O que estou fazendo aqui?

- Não se lembra? - Disse eu olhando em volta, tentando disfarçar o constrangimento de ter dormindo no sofá de um hospital por causa dela.

- Não! - Disse ela bocejando.

- Depois explico melhor... Esta se sentindo bem para irmos embora?

- Acho que sim...

- Vou pedir para a enfermeira vir te ajudar... - Disse eu saindo do quarto. A enfermeira entrou e voltou.

- Ela está dormindo, quer que a troque mesmo assim?

- Sim! Vou leva-lá para casa após a visita do médico...

Laura

Acordei... Estava em um quarto...Olhei rapidamente à minha volta. O quarto estava bem arrumado, a cama era muito grande e ficava no centro do quarto. Tinha um quadro na parede de traz da cama e uma cabeceira almofadada. Abajurs nos criados mudos, uma estante personalizada, televisão e vários livros, que ficava em frente a cama. Perto da estante tinha uma porta de um lado e outra porta do outro. Uma janela, que dava passagem para a sacada e pelas cortinhas, pela qual entrava a luz do sol.

Ainda estava me sentindo sonolenta, com dor de cabeça, cansada e com muita fome.

Ergui o edredom e tomei um susto... Estava apenas com uma camiseta masculina...

- Meu Deus! O que foi que aconteceu? Onde estou? - A porta se abriu e Oliver entrou com um copo nas mãos.

- Até que enfim...

- O que foi que você fez? - Disse eu me enrolando nos lençóis e levantando.

- Nada que não quisesse!

- O que eu não queria? Não me lembro de nada.

- Você sabe que essa é uma fala antiga que os homens dizem... - Ele estava com um leve sorriso de satisfação.

- Por favor Oliver, me diz o que aconteceu?- ele parecia feliz, como se eu estivesse em suas mãos, e nada mais importasse. - A minha cabeça dói... Estou faminta e não me lembro de nada. Por favor, não me deixe nesse castigo, me diga o que foi que aconteceu...

- Trouxe essa vitamina de morango, para você, meu amor. - Peguei o copo receosa. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas, pensando no pior.

- Para de me torturar! Nos fizemos...

- O que acha que nós fizemos! Acha mesmo que iria me aproveitar de uma mulher no estado em que você estava? Eu sou um homem, não um moleque que se aproveita de uma pessoa desse jeito.

- Não é isso, eu...

- O que? Agora vai dizer que se arrependeu do que disse? Por favor, você nem me conhece. Acha que tocaria em você nesse estado?

- Será que pode me contar os detalhes do que aconteceu? Que horas são? - Olhei parecia furioso e estressado. Ele foi até a estante e pegou uns comprimidos.

- É para dor de cabeça, vou pegar água. - Ele se aproximou do criado mudo e encheu um copo com água- Precisa beber muita água.

- Pare de enrolar!

- Tome um banho, vou pegar uma camiseta limpa- Ele entrou em uma das porta perto da estante e saiu com uma camiseta- Depois desce e tome um café bem reforçado. - Ele se virou, mas antes de sair parou e disse- Hoje é domingo!

Entrei no banheiro que por sinal era enorme, todo em porcelanato branco. Espelho e vidro por toda parte. Tentei não olhar muito para os detalhes, mas era impossível não admirar a organização das coisas e a limpeza. Tomei um banho rápido e bem gelado para acordar.

No corredor para encontrar a cozinha, parei para admirar o gosto excepcional de quem decorou. No final do corredor encontrei a cozinha, sala de jantar e sala, tudo junto. Nunca tinha visto algo tão formidável.

A cozinha era separada da sala de jantar por um balcão com banquetas. A mesa da sala de jantar era de vidro, cadeiras almofadadas e um belo lustre sob a mesa.

A sala tinha um sofá confortável, a TV pendurava em um painel, um tapete felpudo, uma mesinha de centro e atrás do sofá um aparador.

- Gostou do apartamento?

- Não tinha visto que era um apartamento. É seu?

- Na verdade, era. Acabei de vender para um amigo. Sente-se, precisa comer. - Ele puxou a cadeira. Me sentei. - Antes de tudo, não fui eu que cozinhei. Helena veio mais cedo e trouxe o café.

- Por que estamos aqui?

- Laura, você levou um boa noite Cinderela na boate.

- Meu Deus! - Disse eu surpresa.

- Já acionei a polícia, depois precisará dar o seu depoimento, fazer reconhecimento facial... Tudo o que for preciso para prender esse homem.

- Oliver... Ele só me deu água, eu não bebi mais nada.

- Eu sei! É droga nova, ela é incolor e não tem sabor...- Passei a mão no rosto sem acreditar no que estava acontecendo.- A droga era tão forte... - Ele respirou fundo e me serviu café. - Esta com sono ainda? Precisa se deitar?

- Estou bem! Eu dormi todos esses dias? Me sinto exausta.

- Come! Precisa se alimentar.

- Por que não me deixou em casa?

- Levei você até um médico de confiança e estávamos sendo seguidos o tempo todo por paparazzis. Achei melhor despista-los e esperar que recuperasse tranquilamente- Ele alterou o tom de voz. - Uma mulher ligou no sábado o dia inteiro. Tive que atender, pois não sabia se era sério.

- Quem era e o que ela disse?

- Não me lembro o nome, mas estava pedindo para você pagar uma dívida, e disse que segunda era o último dia.

- Eu...

- Eu já paguei! Pedi que me passasse o valor e já paguei a dívida.

- Você não podia ter feito isso. - Me levantei alterada. Ele se levantou e disse:

- Por que não? Você estava inconsistência, a mulher disse que você precisava pagar o quanto antes. Ela nem quis me dizer sobre o que se tratava. Paguei, e se tiver insatisfeita com isso, não deva mais nada para ninguém.

- Você não podia invadir a minha privacidade e fazer o que bem entendesse... Você me tocou, você agiu como se fosse responsável por mim. Você nem me conhece.

- Espera! - Disse ele grosseiramente? - Eu não toquei em você! Pedi para ima enfermeira vir ajudar a se trocar. Eu sei que não podia ter feito isso, mas eu não sabia se iria acordar hoje ou amanhã. Só quis ajudar! A roupa que estava era desconfortável, e não tinha outra roupa que desse certo em você. Foi apenas isso que aconteceu.

- Oliver, eu não me lembro! - Já estava chorando.

- Eu jamais faria isso!

- Precisa denunciar o homem que fez isso com você! Tentei fazer reconhecimento fácil dele, mas..

- Eu prefiro nunca mais lembrei desse dia! - Disse eu indo em direção ao quarto. Oliver me seguiu.

- Você precisa comer!

- Perdi a fome! -Entrei no quarto e Oliver me pegou pelo braço me puxando contra seu corpo, olhou em meus olhos e disse:

- Eu sinto muito! - Seu abraço parecia sincero. O abracei em meio às lágrimas.

- Preciso ir para minha casa, tenho que resolver as minhas coisas.

- Tudo bem, eu te levo.- Ele saiu do quarto por um instante e voltou com uma sacola de roupa. - Pedi para Helena comprar uma roupa mais confortável para quando acordasse. - Oliver entregou a sacola e saiu do quarto.

Sentei tentando entender tudo o que estava acontecendo... minha cabeça está um turbilhão. Como Rafael teve coragem de fazer uma coisa dessas? Será que Oliver está falando a verdade? Meu corpo e minha mente nunca mais será a mesma...

Na sacola tinha um vestido florido de alcinhas até a canela. Um chinelo, lingerie e escova de dente. Me arrumei e desci. Oliver estava no telefone de costas para mim, mas quando notou minha presença, rapidamente desligou e se virou.

- Me leva para casa... Estou exausta!

- Acho melhor que fique aqui, pelo menos essa noite. Quero ter certeza de que está bem.

- Por favor, não insista! Vou ficar bem, quando estiver em casa.

- E se sentir mal?

- Cloe mora no andar de baixo...

- Se insiste! - Ele revirou os olhos e pegou a chave do carro. - Vamos! - Disse ele abrindo a porta do apartamento.

Antes de sair do carro, deixei meu celular cair entre o banco. E quando fui pegar, Oliver aproximou seu rosto, me olhou fundo nos olhos e parecia tão frio e intocável, mas desejável... excitante. Nossos lábios se aproximaram...meus olhos estavam querendo aqueles labios. Seus cabelos estava soltos e algumas mexas caiam sobre o rosto, fazendo-o ficar ainda mais sexy...Meu coração estava em acelerado. Mas, meu choque de realidade voltou. Abaixei a cabeça e peguei meu celular. Sai agradecendo por tudo o que ele tinha feito e me sentindo envergonhada por me sentir atraída por ele...

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