Amélia
Meu celular tocou. Eram duas da manhã. O nome de Inácio brilhava na tela.
— Nossa, finalmente você ligou! Já estava achando que tinha morrido. Eu ligo e não atende! — atendi, reclamando.
Eu tinha ligado não sei quantas vezes para Inácio ao longo do dia. Já fazia uma semana que eu estava no Brasil e não falava com ele desde o dia da praia. Toda vez que ligava, dava desligado ou ele atendia e dizia que estava ocupado.
A situação estava insuportável. Eu queria saber como ele estava, como as coisas estavam, quando ele poderia voltar para casa, para mim, quando a gente poderia ser uma família de verdade.
— Eu estava ocupa... — eu o cortei, antes que continuasse a mesma história.
— Você é algum disco arranhado? Só sabe falar a mesma coisa! — bufei.
A linha ficou muda. Sua respiração estava pesada. Eu sabia que a situação não era fácil para ele também, mas poxa, eu estou grávida, os hormônios da gravidez estavam mexendo comigo.
— Eu sei, estou te negligenciando, porém tenho que fazer