Foi tudo muito rápido, em segundos a porta estourou e a moça caiu no chão, um grande estilhaço cortou o braço de Mía, mas ela não deu atenção ao corte quando viu a testa da menina sangrando muito.
Imediatamente pediu à secretária que trouxesse algo para estancar o sangue, e tratou de tirar a moça do meio dos cacos.
Ela estava em choque, e Mía tratou de acalmá-la, dizendo que estava tudo bem e perguntando seu nome. A menina se chamava Elizabeth e tinha vinte e dois anos.
Quando conseguiu acalmar Elizabeth, olhou ao redor e percebeu incrédula que estavam todos paralisados, lhes observando, inclusive Franklin e a secretária.
_Moça eu já lhe pedi que traga algo para estancar o sangue, o corte é muito grande!_Disse à secretária.
_Mas...mas... eu não sei o que trazer!
Mía soltou um suspiro profundo e virou-se para Franklin:
_Sr. Carther chame uma ambulância!
Em seguida, tirou a própria camisa e usou para pressionar o ferimento de Elizabeth.
Ao ver que continuavam todos parados, Mía alterou o tom da voz:
_Mexam-se!
Foi então que Franklin foi ao escritório e fez uma ligação para o hospital.
Quando voltou à sala de espera, mandou embora as duas candidatas que assistiam a tudo boquiabertas.Em seguida, virou-se para a secretária:
_Você! Está demitida! Não precisamos de gente incompetente por aqui.
A moça saiu chorando e Mía sentiu muita raiva dele.
_Sr. Carther, não precisa demiti-la, nem todas as pessoas reagem imediatamente em situações de crise!
_Srta...
_Martínez, Emília Martínez.
_Srta. Martínez deixe que da minha empresa eu sei cuidar.
Mía levantou-se, olhou ao redor e exclamou:
_Estou vendo!
Nesse momento, os paramédicos entraram na sala e começaram a cuidar de Elizabeth, Mía deu um abraço na moça antes que ela fosse levada para a ambulância.
_Bem, Sr. Carther, se puder me emprestar uma camisa lhe agradeço, pois a minha foi levada com Elizabeth.
Franklin tirou seu paletó e foi ajudar Mía a colocar, admirando seu corpo moreno, quando viu que seu braço também estava sangrando.
_Srta. Martínez, está ferida! Devia ter pedido aos paramédicos que cuidassem do seu braço!
_Não se preocupe, em casa eu faço um curativo.
_De forma alguma! É um corte muito grande, precisa de pontos, venha, vou levá-la ao hospital.
Foi somente neste momento que Mía prestou atenção no ferimento, e constatou que realmente era enorme. Resolveu aceitar a ajuda do Sr. Carther, afinal, tudo aquilo era culpa dele.
Colocou seu paletó e sentiu o perfume de Franklin, era simplesmente o melhor cheiro que já sentira na vida.
No carro, pôde dar uma olhada melhor no homem imponente que assustava a todos. Realmente era um dos homens mais bonitos que Mía já vira.
Era Moreno, alto e musculoso, a barba estava bem feita, cabelo impecável e olhos cor de mel, tão claros que parecia que poderia ver sua alma através deles.
_Gosta do que vê, Srta Martínez?_Franklin sorriu, divertido.
Droga! Mía percebeu que estava lhe observando fixamente, enquanto mordia o lábio inferior. Baixou a cabeça e balbuciou um pedido de desculpas, ficando muito vermelha.
_Não se desculpe, eu sei que causo esse efeito nas mulheres.
“Ah não! Esse homem é muito convencido!” Pensou Mía.
_Fique tranquilo, Sr Carther, o único efeito que causa em mim é repulsa!_As palavras escaparam de sua boca.
Franklin olhou surpreso para a garota petulante.
Era linda, de uma beleza exótica, difícil de encontrar. As mulheres latinas sempre o atraíram, mas essa era espetacular. Além da beleza, era perspicaz e atrevida, isso o atraía ainda mais.
_Srta Martínez, o que fazia em meu escritório?
Mía ficou surpresa com a pergunta inesperada, depois de tê-lo ofendido.
_Eu era candidata ao cargo de assistente. O Reitor Gerald me indicou._Respondeu baixinho, percebendo que havia acabado com qualquer chance de ser contratada.
Aquela era a situação perfeita, pensou Franklin. Depois de alguns minutos em silêncio tomou a decisão:
_Tire o resto da semana para se recuperar e comece na segunda, as nove em ponto. Não se atrase!
Mía estava boquiaberta! Não podia acreditar que tinha conseguido o trabalho, mesmo depois de ter se descontrolado e insultado o seu futuro chefe!
_Isso é sério? _Perguntou incrédula.
_Eu nunca minto, Srta Martínez.
Franklin já havia decidido que queria dormir com aquela mulher, e se para isso acontecer, precisasse lhe dar o emprego, então ia ser assim.
Nesse momento estacionou em frente ao hospital.
Esperou que Mía fosse atendida, pagou toda a conta, e insistiu em levá-la para casa.
Antes que ela saísse do carro, deu-lhe seu número particular, com a desculpa de que precisava saber como ia a recuperação do braço.
Mía pegou o cartão e desceu do carro com as pernas bambas.
Aquele homem tinha o poder de deixá-la muito nervosa, pensou que devia ser por seu comportamento arrogante e autoritário.
Em seguida, correu para contar à mãe que tinha conseguido o trabalho.
De dentro do carro, Franklin observou a moça correndo pelas escadas, e teve ainda mais certeza de que a desejava.