Capítulo 34: Kaléo Coleman - Alucinações - Parte 2.
— Fica quietinho aí.
— Eu já estou melhorando, só preciso de um pouco de água.
— Não se nega água a um moribundo, já dizia a minha avó: um copo d'água não se nega a ninguém.
— Não podemos fazer nada até a ambulância chegar.
— Eu já estou melhor, só quero ir para o meu quarto e tomar um banho para morrer em paz.
— Não senhor, fique aí quietinho.
Não tenho escolha a não ser esperar a equipe médica. A conversa à minha volta está engraçada, apesar de estranha, por um momento penso que enquanto Ayumi quer me socorrer, sua mãe parece desejar minha morte.
— Filho — ouço a voz desesperada da minha mãe —, meu bebê! — Diz ajoelhando-se ao meu lado.
— Mãe, a morte está perto, eu estou vendo coisas, acho que tenho um aneurisma ou algo do tipo. As alucinações que tenho foram tão fortes que tive um princípio de infarto.
— Bebê não é princípio de infarto, ou você infarta e morre ou você infarta e consegue se salvar, mas infarto é infarto, meu amor.
— Então eu não estou morrendo?
— Não, provave