Poeira

O sol recém-erguido dourava a terra seca, e a boiada já se movia em ritmo moroso, como um rio marrom de corpos vivos. Cada passo dos animais levantava uma poeira fina que flutuava no ar, turvando o horizonte como uma cortina de névoa dourada. Mesmo avançando devagar, o peso combinado do gado fazia a terra estremecer sob as rodas do carroção de apoio.

Bill mantinha as rédeas frouxas nas mãos calejadas, os olhos semicerrados contra a poeira. Melody, sentada ao seu lado, puxava o lenço sobre o rosto, ainda tentando se acostumar com o cheiro forte de terra, couro e suor. Havia uma beleza brutal naquele cenário: a marcha constante, a paciência imposta pelo calor, o zumbido das moscas acompanhando o movimento como um coral desafinado.

— Devagar, moça — disse Bill, num tom que soava mais como uma filosofia de vida do que um aviso prático. — Se apressa esse bicho, ele perde peso. Gado magro não vale nada em Belmonte.

Melody assentiu, absorvendo a lição. A cidade ainda era uma promessa distant
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