Luna
Hoje é meu último dia aqui no México, e eu decido passá-lo agarrada à minha avó Lupita. Estamos no quarto dela, aproveitando cada segundo juntas. Conversamos sobre tudo e nada, rimos de histórias antigas, e, às vezes, só ficamos em silêncio, sentindo a presença uma da outra. É um momento que parece fora do tempo, como se o resto do mundo tivesse parado para nos deixar aproveitar isso.
Ela passa os dedos nos meus cabelos enquanto me conta sobre os tempos em que cuidava do meu pai e do meu tio Ernesto quando eram pequenos. Dá para ver o brilho nos olhos dela, uma mistura de saudade e orgulho. Eu escuto com atenção, gravando cada detalhe na minha memória, porque sei que esses momentos vão me sustentar quando a distância começar a pesar de novo.
Arturo aparece na porta, sem fazer barulho, mas o peso da sua presença é inconfundível. Quando ele nos vê assim, tão próximas, seus olhos endurecidos se suavizam. Ele tenta disfarçar, mas vejo a emoção tomar conta dele.
— Vocês duas... — E