Luna
O sol ainda nem nasceu direito quando Giovana desce as escadas animada para ir à escola. Eu a espero na sala, já com minha mala pronta, tentando disfarçar o nó na garganta. Assim que ela me vê, corre até mim, toda elétrica, como sempre.
— Você vai mesmo embora hoje? — pergunta, cruzando os braços e fazendo um bico, como se fosse uma criança de cinco anos.
— Vou sim, Giovana. Mas não se preocupe, logo nos veremos de novo. Você tem que estar no meu casamento, lembra?
Ela abre um sorriso enorme e me abraça forte.
— Promete que não vai sumir de novo?
— Prometo. — Aperto-a ainda mais, tentando conter as lágrimas.
Giovana me solta e pega sua mochila. Antes de sair pela porta, se vira para mim mais uma vez.
— Vou contar para todo mundo que tenho uma prima incrível que vive numa fazenda enorme e está se casando!
Rimos juntas, e ela se despede com um último abraço. Assim que a porta se fecha, o silêncio toma conta da casa. Dinorá entra na sala, com os olhos já marejados.
— Está