Sentado à cama, a observar-me no espelho, o meu reflexo não reconheci, talvez nunca fui ou não estive em mim. Ária ainda ao lado de fora, a resolver sobre a minha estadia, a minha cabeça doendo, pesando, me vi perdido, arrependido não, mas perdido, sim, submerso, preso num leque de desconhecimento por todo o tempo que durou.
As mechas de cabelos loiros, escurecidas pela nublarem cinzenta das chamas dos carros, a blusa surja, a calça impregnada, o meu rosto fora do normal, mas isso não incomodava em nada, a minha vida um caos. E se o meu avô voltasse? E se ele me quiser de volta? Depois de todo aquele circo?
Não importa, a Parlato está em mãos estrangeiras, essa é a sua maior preocupação. Como pude me propor a uma união por dinheiro? Como ele pode confiar tanto em mim? Meu avô não tem culpa, conclui em meio aos pensamentos perdidos, junto a muitos outros que se somam.
Quanto tempo passou, não percebi, não saberia dizer se ela voltou, quando voltou, acordo num dia claro vendo-a movendo