Capítulo 2: Os senhores da capital.

Amélia confia totalmente em Naomi, seguindo sua linha de pensamento para ter a chance de escapar das mãos do general. A guerra parece ter chegado ao nível sem esperanças para os franceses, a população sofre com a invasão.

Milhares de vozes grita por socorro nos portões do palácio sendo ignorados, o pouco que os nobres tem recolhe fugindo do país por navios mercantes.

A terra queima em mar de fogo, flamejante no vermelho sangue mas perto da capital a esperança acabou no coração dos capturados.

A conquista certa pelos soldados ingleses, comemoram antes mesmo da última trava de espadas, com vinhos e carne assada de javali selvagem.

As mulheres servem as bebidas para esses homens imprudentes, cruéis e dominadores. A tristeza está contida no olhar, bebendo manchando suas roupas, escorrendo por seu lábios parecem “porcos”.

Ri da vitória garantida de seus grandes feitos, no silêncio da noite escura cheia de estrela no céu Naomi enche os copos de todos.

Eles bebem desmaiando, acordando no outro dia sobre seu próprio sangue, os grandes, cheios de músculos homens sofrendo com uma queimação por dentro em vômitos de sangue coagulado.

_ COMO ISSO ACONTECEU?

O general sai da barraca gritando com o médico.

_ Creio ser a água contaminado.

Imediatamente ele manda verificar as mulheres, algumas passando mal sendo cuidadas por outras. Apesar de o objetivo ter sido apenas atingir os homens, infelizmente acabou respingando nas mulheres.

O velho furioso quebra tudo no seu acampamento, desconta dando uma surra em Amélia pois perde impotente a mais da metade de suas tropas. Furioso jogando a garota pelo chão, socando seu rosto a deixando desfigurada Naomi entra silêncio como de costume. Amélia ri vendo ela detrás do velho, ele não percebeu a presença da mulher no quarto.

_ Está rindo?

_ Hihihi... Se divirta no inferno.

Antes dele poder a socar de novo, as mãos de Naomi segura seu rosto puxando a cabeça para trás, degolando a cabeça do pescoço. Amélia e a última visão do velho, vendo a satisfação e seu próprio sangue sujar o rosto ferido da mesma.

Elas finalmente conseguiu o que desejavam.

Barulho da corneta chama atenção delas, parece chegar ao acampamento novas tropas para se unir a conquista final da França.

_ Temos que fugir, agora.

Naomi puxa a mão de Amélia correndo para o bosque antes de ter a chance de escapar, o major Antônio entra na cabana. Ele ao vê seu general morto alerta a todos. Imediatamente começaram a buscar as garotas que escaparam, cães são usados para rastreá-las.

Amélia segura firme as mãos de Naomi correndo por meio de galhos, num terreno difícil de caminhar. Cheia de pedras cortantes, mata fechada, com altos e baixos, tentando escapar escalando um paredão de pedras a Amélia acaba torcendo a perna.

Ela chora com a dor.

Naomi ouve o barulho dos cães se aproximar tentando a levar por suas costas, a tentativa frustrada coloca a vida das duas em perigo.

_ Naomi me deixa.

Amélia chorando pede pra ser deixada, vendo a morte se aproximar das duas.

_ Não!

Com convicção tenta escalar a levando pelas costas, cortando nas pedras seu braço mas firme para subir aquele morro.

_ Obrigada por tudo.

_ Vamos conseguir confie em mim.

_ Só ter visto aquele “ porco” morrer, já foi minha vitória.

Naomi escorrega nas pedras lisas, vendo o esforço da amiga frouxa as mãos.

_ Obrigada.

Se inclina para trás.

Naomi segura seu braço e uma pedra.

_ AMÉLIA!

_Por favor me solte, você tem que sobreviver.

Amélia com tristeza empurra a mão que lhe prende mesmo com as lágrimas caindo no seu rosto e o olhar implorando para não fazer isso.

Naomi vê a mulher se sacrificar para ter a chance de sobreviver, mesmo diante do seu coração em pedaços continua a subir engolindo o choro e o luto escalando com a força e as emoções aflorada no calor da neve gelada queimando seus ossos.

Do alto chora vendo o corpo de Amélia porém seu tempo é curto, dado a perseguição sendo forçado a correr antes das tropas chegar.

                                                      

Naomi consegue escapar escondendo seu rosto, caminhando ao rumo desconhecido vendo a destruição deixada pelos soldados.

As estradas perigosas abriga várias refugiados, ladrões, diversos tipos de perigos por isso ela tem o cuidado para não ser vista. Mesmo assim cai numa armadilha feita por humanos, o líder vendo a rede com uma mulher presa se anima para fazer o mal.

_ Olha o que temos aqui.

Aproxima rodeando a Naomi presa na rede.

_ Uma mulher sozinha, não conhece os perigos da selva.

Naomi observa o rosto daquele sujeito sem nada de medo, olhando seu rosto profundamente seca.

_ Não tem medo? Sabe o que farei contigo?

A rede é solta caindo no chão seu corpo, sendo retirada da rede onde as mãos dos outros a força ficar de joelhos.

_ Iremos lhe mostrar o que acontece com mocinhas que fogem de casa.

Naquele momento Naomi fechou o olhos deixando fazer o que queriam para poder seguir em diante. O líder deles não gostou dessa atitude, impedindo seus homens de a tocar, acabando ficando intrigado com a atitude dessa mulher estranha.

_ Não está com medo?

Ele aperta o queixo dela.

_ Responde.

Naomi olhou dentro dos olhos do homem indiferente como uma boneca sem vida. Tão frios igual blocos de neve caindo no mar negro, sem algo de vida, apenas uma beleza assustador, dando para sentir a frieza escorrendo de sua alma.

_ Não lhe darei a morte, procure em outro lugar.

O homem lhe deixou sozinha naquele bosque repleto de perigos, indo embora com seus compatriotas.

Seus companheiros não gostaram nada de deixar a garota em paz, estranhando a atitude de seu superior mas obedecendo suas ordens.

Naomi estranhou a atitude desse desconhecido seguindo seus passos procurando nele uma proteção, sendo um animal indefeso nessa imensa caminhada. Os outros ainda tenta passar medo na mulher, para lhe fazer desistir, todas as tentativas são inválidas pois ela já passou por muitos infortúnios.

Ficam sem compreender a atitude da mulher que os seque mesmo com eles matando e saqueando. A noite aproxima comendo os restos deixados por eles, as vezes se assusta com barulhos dos animais e por noites fica encarando o céu azulado no frio ardente da aproximação do inverno.

Os homens se acostumaram com a presença dela sempre os seguindo pelas as estradas ou nas matas. Cada local que passam contém uma história diferente das atrocidades causadas pelos invasores.

A realidade cruel deixam muitos desabrigados, a fome por todos os lados, crianças no meio do frio descalços e magros sobrevivendo com muito pouco.

Cruelmente lutam para sobreviver, ninguém está disposto a ajudar os mais fracos. O grupo passa pela vila ignorando tudo a volta porém Naomi não consegue desviar o olhar comovido.

_ Ei! Continue andando.

Naomi olha para frente vendo pela primeira vez, esses estranhos lhe esperar, com a cabeça baixa vai a frente passando por eles.

_ Não olhe para trás.

Ordena o líder do grupo.

Depois desse episódio passaram a ficar mais próximo dela, Naomi agora e parte do grupo. Os homens lhe ensina a manejar espada, lutar corpo a corpo tornando útil para o grupo.

No começo pegam pesado, sendo a maneira mais fácil de demonstrar o que lhe pode ocorrer ao enfrentar um inimigo real. Naomi compensa a falta de força física em ataques rápidos e precisos.

Tudo parece se encaixar perfeitamente, com ela fortificando sua força ficando cada vez mais fortalecida. Como parte do grupo começa a realizar os mesmos trabalhos feito pelos homens.

_ Uma carruagem a vista.

_ Estou vendo.

_ Disparem as flechas no meu comando.

O grupo rouba as mercadorias, os pertences nós baús dos nobres que cruza seu caminho, com a guerra em curso muitas das tropas abandonou o nobre para servir ao rei.

Com a dificuldade em manter unida seu povo o rei francês se vê diante da enorme pressão por todos os lados. O grupo começa a ficar famoso por seus crimes hediondos tornando a vida dos nobres dificultoso ao ponto de ser enviado uma tropa para os capturar.

Mesmo com várias armadilhas espalhados pelo longo do trevo das florestas e as recompensas no peso do homem adulto em moedas de ouro, não conseguem encontrar o grupo que tanto atrapalha a coroa.

Ao lado do líder se tornou a segunda mais forte entre eles, afiando as pontas das flechas como garras de gavião precisas e afiadas. 

Naomi dentre todos e a que menos tem compaixão, fria como a noite mata sem nenhuma expressão no rosto, cortando as gargantas do seus inimigos no meio da noite igual aos predadores da noite.

Ganhando o apelido de sombra da morte entre seus companheiros de luta. No palácio o rei está preste a perder sua cabeça assim como muitos dos nobres que fogem com seus tesouros abandonando a classe mais pobre.

A retirada das tropas faz o povo sofrer com a violência infame dos invasores, eles matam por onde passa deixando corpos empilhados e a morte pelo caminho percorrido. 

Agora esses mercenários considerados bandidos devem chegar ao consenso se quiserem continuar vivos para proteger seus entes queridos.

_ Do que está falando? Proteger aqueles idiotas! 

_ Não. Proteger suas crianças, sua mulher e sua terra.

_ Ficou louco? 

_ Chefe, ele não quis ser arrogante o que quis dizer...

_ Todos aqui tem motivos o suficiente bons para odiar aquele maldito rei, no entanto nossas terras vai acabar sendo tomada pelos brutamontes se continuarmos do que jeito que está.

_ Talvez seja melhor deixar que o rei inglês nos governe.

_ Depois de tudo que suas tropas fizeram com nossas mulheres? 

Os homens discute entre eles, sem chegar ao lugar nenhum pela raiva consumida de dentro para fora. Todos eles sofreram inúmeras vezes pelas crueldades dos nobres, perderam sua dignidade se tornando criminosos para a própria sobrevivência.

_ Se deixarmos os ingleses vencer, perdemos nossas famílias e as terras.

_ Lutar ao lado daqueles que nos perseguem e o fim da nossa dignidade.

_ E a sua dignidade e mais importante que a vida dos seus parentes? Pense na suas crianças.

O homem bravo olha para Naomi furioso.

_ Concorda com isso! Foi você que o convenceu? 

Seus olhos lança chamas negras para o rumo da mulher isolada pela dor.

_ Pelo que lutaria? 

Ela responde seca. 

Os homens a olha confusa.

Naomi se levanta da árvore que está encostada indo para a noite escura.

_ Mulher estranha.

Um deles fala, fazendo todos questionar o por quê dela ainda está com o grupo.

_ Chefe, por que a escolheu? 

_ Eu não a escolhi, assim como não escolhi vocês. Nela a a mesma cor do olhos de todos nós. 

_ Ela realmente não diz nada, apenas se agarra a espada lutando como selvagem.

_ Sua resposta foi tão vaga.

Mudando de assunto, Naomi se torna a união de todos novamente por sua atitude ser sempre silenciosa.

Chegando perto do rio no meio das árvores, Naomi aproveita para limpar seu rosto cheio de sujeira, fechando seus olhos respira o ar lembrando dos momentos de sua família, percebendo no meio da doce lembrança os passos sobres os galhos e folhas secas de inimigos se aproximando.

A espada dela se move pairando sobre o pescoço do cavaleiro por detrás dela.

_ Senhor não queremos problemas, estamos procurando por bandidos...

O jovem parece está na casa dos 25 anos, olhos na cor da águia de rapina, alto como árvore bruta, o olhar gentil encarando com o sorriso singelo.

_ Vão embora!

Ela o ordena.

Por detrás do jovem bandeiras da casa da família de conde com seus cavaleiros prontos para atacar.

_ Não avancem.

Grita o jovem.

_ Realmente me perdoe por este mal entendido.

Naomi continua olhando friamente com a espada na garganta do rapaz.

_ Fracos.

Ela retira a espada, seguindo seu caminho.

_ Senhor, posso saber seu nome? Por que está num lugar tão perigoso? Talvez possa lhe ajudar.

Naomi ri do rapaz.

Há muito tempo não ouviu palavras gentis, neste ponto de sua vida é tarde demais para ter proteção de alguém.

O rapaz ficou sem graça com a beleza dessa pessoa desconhecido, seu sorriso pareceu flechas perfurando seu interior atingindo o fundo da sua alma.

Naomi desapareceu no meio da folhagem mesmo para o maior espadachim era impossível ter habilidades de camuflagem impressionando todos os homens que acompanha o jovem.

Continuando seu destino foi para o local onde os mercenários está reunidos, oferecer o acordo do rei para os mesmos. 

Chegando no acampamento notam como são organizados nas tarefas, além de serem altos com corpos enormes, seus homens parece crianças pertos deles.

_ Lorde Raphael leblanc.

_ Senhor Amado.

_ Está é nossa primeira reunião, seja bem vindo ao lar dos mercenários de leão.

_ A fama de vocês com certeza faz jus.

_ obrigado pelo complemento, seus cavaleiros não está atrás do meus homens.

O ambiente se torna tenso entre os dois confrontando em palavras doces cheias de veneno.

_ Patric leve nossos convidados para descansar.

Retirando ao primeiro momento passa pelo acampamento vendo o belo rapaz de antes afiando sua espada. Curioso observa de longe a figura sendo afastada seu olhar pelo homem que lhe guia.

_ Um concelho: Não se aproxima de nossos homens se quer continuar vivo.

_ Obrigado pelo concelho.

Raphael entra na cabana indicada pelo mercenário sendo vigiados por todos.

_ Parece que vai ser mais difícil do que pensei.

_ Lorde Raphael por que sua majestade nos envia para perto desses selvagens? 

_ Estamos perdendo a guerra, com ela toda reputação do nosso poderoso exército. Não questione nosso rei.

O servo que lhe serve se cala.

Os mercenários apreensivos faz de tudo para afastar Naomi dos olhos do nobre senhor, as negociações para que o grupo entra na guerra são enormes.

_ Querem terras.

_ Não só terras para construir nosso lar, como moedas para a construção.

_ Moedas e terras? Acha que o rei não ficará satisfeito com suas exigências, deveria se sentir honrado por ser convocado.

_ Honrado? Fala de honra o nobre que deixou suas terras para se esconder na barra da saia da mãe.

Novamente o ambiente está tenso entre os dois lados, os homens discutam sobre o passado pertubante das promessas dos aristocratas, sem cumprir com a " palavra".

_ Um homem jamais deve voltar com a "palavra", caro Lorde.

_ Diz aquele que iniciou a corrente contra seu próprio povo, roubando e saqueando do reino.

_ Roubei e matei daqueles que me devem mais do que moedas e jóias.

_ Pessoal por favor vamos manter a ordem, sem ataques dos dois lados.

Interrompe o nobre visconde Linderman da casa do tesouro real, responsável por administrar os gastos da coroa em conjunto com a realeza.

_ Terras não será problema algum.

Raphael continua encarando o líder dos mercenários insatisfeito com o modo arrogante do homem.

_ A última pessoa que me olhou dessa forma eu levei para cama.

Seus homens ri.

Já o nobre  lorde enfurece cada vez maior.

_ Você sempre se acha superior mais não passa de um vira-lata.

A espada do mercenário atravessa a parede por detrás do lorde Raphael.

_ Parem! 

_ Oh! Foi mal. Eu não machuquei o rosto do pequeno lorde? Este belo rosto sem nenhuma ferida não deve ter cicatrizes.

_ Seu...

Naomi entra no ambiente cheia de sangue carregando um servo nos ombros deixando no chão entre os dois homens. 

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