Maia
Um frio percorreu minha espinha com as palavras dele. Chegamos? Como assim? Acabamos de sair do aeroporto, nem deu tempo para me preparar psicologicamente.
— Reconhece o lugar? – Ele me perguntou, e foi aí que parei para olhar ao redor. Faz 10 anos que saí da casa de meus pais, e o lugar era exatamente o mesmo.
O mesmo chão de terra, os terrenos bastante espaçados e as poucas casas ao redor. Por isso meus pais precisavam ir até a cidade para vender algo, pois aqui não venderíamos muita coisa.
— Sim. – Continuo olhando tudo.
— Estamos no lugar certo, então. – Meneio a cabeça em confirmação ainda observando o local. – Onde é a casa?
Meus olhos fixam em uma porteira de madeira velha, a cerca de arame meio caída e muito mato saindo para o lado de fora. Me aproximei da velha casa que eu reconhecia muito bem, minha infância foi dura, mas feliz na medida do possível. Corria por estas ruas e me embrenhava no mato com as outras crianças em busca de passarinhos.
— É aqui.
Ele olhou o lugar