Capitulo VII- Hendricks Valentim

O lado direito da minha face ardendo, a tapa me pegou desprevinido, era apenas uma proposta, uma teoria louca que foi pensada por dias.  Meu avô não colabora, ele quer a droga do bisneto dele de qualquer maneira antes de morrer.  Encontrar uma mulher que me interesse é díficil, todas elas sempre tem casos com mais de um homem, uma virgem me custaria o principal, minha liberdade. 

Quando não choramingam por atenção, querem carinho, dinheiro, tudo que quero é paz, ter o sossego da minha vida habitual, a mulher agora embaixo de mim, num vestido verde de tecido fino com pontilhos azuis, a maneira como movia-se tentando-se me excitava, ela me causou euforia desde que abriu a porta naquela noite, embriagada, não seria qualquer homem que a deixaria dormir em paz e vestida naquela noite. 

Segurando os seus pulsos, enquanto a mesma esbravejando não foi o que eu imaginei como proposta. — Seu frouxo, covarde, é assim que faz com que as mulheres se deitem com você? — Senti o cuspe bater em meu rosto, os seus cabelos antes presos num coque mal feito agora solto, ergui a sua mão limpei o meu rosto. — Não me deito com qualquer uma, sou um Valentim. — Gargalhou ao me ouvir, com a sua própria mão me limpei. 

Os olhos escuros ardentes como brasa me encarajavam, já tem um mês que o seu falecido esposo morreu, mas a quanto tempo ela esta sem sexo, me perguntei. — Um Valentim, mas um pouco, um calhorda como todos os outros homens, me solta, me solta se não... SOCORRO, SOCOR... —Começou a gritar sem parar, segurei os seus pulsos finos com uma única mão, cobri a sua boca. — Cale a boca sua ordinária, estou sendo gentil com você, quer experimentar o meu lado amargo? 

Os seus olhos ainda mostrando-se enfurecidos, se contorcendo contra o meu corpo o movimento de roçar de ir e vir do seu quadril, a medida que forçava uma perna passou, enquanto a outra controlei. —Vai ser pior pra você se mexer. — Sentir-me endurecido, até que a mesma abriu os olhos, negou com a cabeça. — Tá com medo? Seu velho não te fodia como devia não é? — Perguntei excitado, lhe vi ficar quieta, a sensação de pantera enfurecida acalmou-se. — Vou lhe soltar, se abrir a boca já sabe. 

Assentiu, retirei a minha mão da sua boca, os seus lábios carnudos, bem feitos e traçados me chamam a atenção, ela é atraente, não é uma má ideia esse negócio. — Não abusa de mim por favor, olha eu estou tentando falar com a minha mãe a dias, ela esta no retiro, sem celular... — Ao tentar explicar fora se sentando de frente pra mim, assenti, olhei as suas coxas, o desejo desconhecido ela desperta em mim, não sou de olhar para mulheres deste jeito. 

— Quanto tempo sua mãe irá ficar fora? — Engoli a saliva em seco, tentando controlar os meus hormonios, até que moveu as duas pernas sentando-se corretamente. — Não sei, moço, mas por favor, não faz nada comigo, eu não faço ideia do motivo porque Jamie tomou esse valor em emprestimo, eu nunca soube deles antes da sua morte. 

Curvei-me unindo as minhas mãos, assenti. — Ele e o meu avô eram amigos próximos, talvez se fizer uma visita a ele, descubra as razões. — Olhou-me passando a mão no cabelo, e de repente assentiu. — Acha que me ajudaria? Pelo menos se ele guardou este dinheiro, posso devolvê-lo não posso? — A olhei, sem querer diminuir suas esperanças, mas assenti, se o meu avô lhe pedir pra lhe dá mais um prazo, não posso recusar. 

— Desculpa pelo jeito que agir, eu... — Levantei ao escuta-la, ambos saimos do controle, por fim ganhei uma bofetada, enquanto ela quase foi violada como se eu fosse um animal, que não sou. Por tão pouco e curto tempo ficamos tão próximos, que não sei o que aconteceria a seguir. — Judhie seu marido esta me devendo a muito tempo, os juros estão aumentando gradativamente, tudo isto esta virando uma bola de neve. 

Assentiu indo de um lado para o outro com a mão acima do quadril, olhando fixamente para o chão, acredito que nossas atitudes não apenas não a envergonharam como a mim também. — Irei falar com a minha mãe, assim que puder, se ela me arrumar o que lhe devo, já é o suficiente pra mim, o resto dou conta. — Não contestei, ajeitei o meu terno, saindo em seguida da sua casa. — Bateu nela? — Fernan pergunta assim que abro a porta. 

Meio que desorientado, passo pela porta, lhe sentindo vir atrás de mim em seguida. — Obrigado senhor Valentim, sei que esta sendo bastante paciente. —Não lhe respondo, a vontade de retornar a sua casa jogar-lhe no sofá e continuar o que a pouco íamos fazer é enorme. — Ande Fernan não prolongue por mais tempo. 

Meu parceiro me obedece, entrando no carro, ao entrar no carro a vejo preocupada com ambas as mãos sobre as cadeiras, as imagens enchem a minha cabeça, a imaginação é pior do que atração, atrair pode-se negar, mas imaginar não tem como controlar. — Como foi lá? — Ouço a pergunta assim que o carro sai da frente da casa. — Ela esta tentando falar com a mãe, parece que esta em um retiro ou algo do tipo. 

— E os gritos de socorro que ela deu foi de... — Me olha, virando a cabeça para trás. — Discutimos um pouco, dinheiro, Fernan ela me deve, eu preciso deste dinheiro, e ela não tem para me dá. — Sorriu voltando a sua atenção a frente. — Falou sobre a possibilidade do seu precioso ventre poder ser o jardim encantado pra um Valentim? 

O olho de canto de olhos, o que lhe soa como aviso. — Imaginei que não, adeus a era Valentim, quem serão os próximos a comandar esta cidade?— Olho pela janela, a sua conversa é somente mais uma maneira de frisar o problema que meu avô tenta afligir a minha cabeça diariamente, não estou me importando com a descedência dos Valentins, já vi a vida, contribuo e contribuir bastante para este reinado.

Não vejo problema algum em morrer sem deixar um substituto, muitos virão, meu avô diz que morrer sem deixar filhos ou netos, é virar poeira no tempo, que eu seja poeira neste caso, chego a boate vendo a noite trazer vários clientes, as mulheres semi-nuas dançandos esfregando-se em seus pole-dances, palcos, umas a outras.

Homens jogando sendo bem tratados pelas donzelas da noite, que fazem questão de servir o que temos de melhor para todos, a prostituição em nosso país não é algo ilegal, as mulheres vem como meio de sobreviver, o que enriquece nossos bolsos, algumas delas saem da vida facilmente outras nem tanto, apenas aumentam a dívida a cada dia que passa, chegando a morrer nesta vida, seja pelo uso excessivo das drogas ou das bebidas. 

— Como ele esta? — Pergunto diretamente a Fernan que retorna depois de um tour pela boate. — Bem, dormindo, esta reagindo bem ao sedativo, mas sabes que quando acordar... — Reviro os olhos, sei que ele voltará ao assunto novamente, as pessoas quando chegam a essa idade cismam com ideias opostas ao que queremos. 

A noite passa entre negócios, conversas e bebidas, além de sexo, muito sexo entre os meus clientes, não sou um homem abertamente a sexo, não de maneira compartilhada, aprecio, observo, mas para que uma mulher me sacie devido prazer é algo que deve ir além do esperado, no mundo onde vivo sexo é algo tão banal, em todos os lugares que vou, que caminho vejo, assisto, sinto, mas são raras as mulheres que me fazem deseja-las. 

Chego em casa ao amanhecer, ao descer para o café da manhã, deparo-me com o meu nono a mesa. — Bom dia nono! — Olha-me rasgando uma fatia de pão entre os dedos. — Bom dia Hendricks, como estão os negócios? — Por hora parece satisfeito. — Ótimo, por sinal ontem fechei a compra de mais um lote de terras deseja ir visitar comigo?  — Suspira fundo. — Haverá alguma mulher esperando um Valentim lá nesses lotes? 

Inspiro profundamente. — Lembra-se do seu cliente, aquele em que me confiou empresta-lhe o montante de dinheiro que ele desejasse? — Assenti virando-se para mim, leva o maço de pão molhado no caldo a boca. — O que há? — Indaga ainda mastigando. — Morreu, deixou-me um montante em dívidas de setenta e dois mil euros.  — Abre a boca ao ouvir. — Cobre a viúva, é de uma boa família, bona moça.

Nego definitivamente. — A mulher não tem onde cair morta nono, esta com a casa hipotecada, deve aos vizinhos que o ordinário do marido ...

— Ele não era ordinário, tudo que ele desejava era dar-lhe uma vida que ele não poderia lhe dá, até que os seus escritos fizessem sucesso.  Lamentavel a sua morte repentina, ele a amava muito.

Suspiro fundo. — Amava e lhe deixou na pindaiba? Estes tipos de amores prefiro evitar em minha vida. — Ele continua a tomar seu desjejum, enquanto eu começo o meu, o dia já começa com problemas, a policia indo a boate por uma das garotas terem exagerado na quantidade de drogas. 

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