PETER MARINO
O salão da fundação estava cheio de vida. O som de crianças correndo, o riso das mulheres que antes carregavam semblantes pesados e agora esboçavam sorrisos genuínos. Era impossível não sentir um aperto no coração, mas dessa vez, não de tristeza. Era uma mistura de gratidão e alívio.
— Você está pensativo, Peter. — Katy apareceu ao meu lado, sorrindo, enquanto ajeitava o cachecol em volta do pescoço.
Dei de ombros, ainda com o olhar fixo nas mesas repletas.
— Só estou... processando. Acho que nunca imaginei que um dia veria algo assim.
Ela me olhou com aquele jeito calmo, sempre tentando entender o que eu não dizia em palavras.
— Algo em especial?
Respirei fundo, desviando o olhar para Bianca, que estava sentada perto de uma das janelas. Seu filho estava no colo dela, e ela parecia absorta, acariciando o rostinho dele enquanto ria de algo que uma das outras mulheres tinha dito.
— Bianca — respondi, apontando sutilmente com a cabeça na direção dela. — Ela me faz pe