APRIL
Acordo com uma sensação estranha, como se estivesse flutuando. Meus pés não tocam o chão. O ambiente ao meu redor é enevoado, distorcido, irreal. Espera… eu estou sonhando?
— April! Até que enfim conseguimos nos comunicar! — A voz ecoa no vazio.
Me viro bruscamente e vejo duas silhuetas conhecidas emergindo da névoa.
— Ranica? Eliezer? — Minha voz sai em um sussurro, incrédula.
— Sim. Eu sei que parece… como você diz mesmo? Bizarro? — Ranica sorri de leve. Eu concordo com a cabeça, sentindo um arrepio gelado percorrer minha espinha.
— Mas estamos aqui para te ajudar.
— Me ajudar? Com o quê? — Minha voz treme.
— Ela vai voltar. — Ranica sussurra, os olhos penetrantes me analisando.
— O quê? Quem vai voltar? — Meu coração dispara.
— No momento mais feliz da sua vida, para te destruir.
— Kimberly… — O nome escapa dos meus lábios como um veneno.
Eles me olham fixamente e, sem aviso, desaparecem na escuridão.
Acordo ofegante, sentindo o coração martelar contra o peito. Minhas mãos tr