LC
Silêncio entre Rebeca e eu.
— De overdose Rebeca! — repito. — Morreu enchendo o corpo de droga, ela não tinha mudado nada! — Eu ria alto e acho que também chorava ao mesmo tempo, afinal, não era engraçado.
— Você podia ter perdoado ela. Era sua mãe e você não estaria nesse estado agora.
— Cala a boca! — gritei.
— Não é vergonha amar a sua mãe, mesmo ela tendo errado tanto, Lucas!
— Eu não amava ela porrä! — gritei e joguei a garrafa na parede, deixando Rebeca apavorada.
— Pra quê tanto ódio? — pergunta.
— Esse sou eu. E quer saber? Eu não ligo, não tô nem aí! Nunca precisei dela pra nada! — Rebeca tenta me abraçar. Empurro ela novamente e saio feito maluco pela porta, batendo com força.
Vou até a boca principal e lá uso várias paradas. Misturei tudo, não sou de misturar, não costumo usar pó, mas hoje eu precisava. Eu queria não sentir dor, queria não sentir a consciência pesada, queria não lembrar...
E fico nessa onda por horas, viajando em tudo que já passei, lembrando d