O desejo

Mas que porra é essa? Tento ajudar a louca que vinha correndo com os olhos fechados e iria se chocar em uma lata de lixo, se eu não tivesse ficado em sua frente e ela ainda vem me chamar de cego? Como assim? Mesmo que esteja nervoso com a sua grosseria abaixo e a seguro pelos braços para ajudá-la se levantar.

Não deixo de perceber que apesar de estressadinha a mulher é uma delícia. Então, resolvo provocá-la para me divertir um pouco, e para tentar seduzi-la, penso que esse esbarrão repentino pode me render uma deliciosa noite de sexo.

Ela deve ter no máximo 1,65, acabo de concordar com as pessoas que dizem que "as baixinhas são as melhores”. Deliciosa, com tudo no devido lugar: olhos verdes, cabelos loiros, barriga chapada, seios médios, pernas lindas, não são muito torneadas típico das mulheres que vivem na academia, mas definitivamente são lindas.

Quando ela abaixa para tirar a areia do joelho, dou um saque em sua bela bunda era o único lugar que eu ainda não havia avaliado, e seguindo o conjunto da obra não me decepciona, fico louco para dar umas boas palmadas ali, ou seja, estou de pau duro só de olhar a estressadinha à minha frente, estou realmente necessitado.

- Eu não sou cego, mas você com certeza que é, veio correndo de olhos fechados em direção a lixeira, se não fosse por mim estaria embolada no meio do lixo – respondo e ela finalmente olha nos meus olhos e porra, que olhos lindos que ela tem.

Ajudo-a na tarefa de se levantar, ela não me responde imediatamente e parece estar se controlando para não me dar uma resposta atrevida.

Ela desvia o olhar do meu e se mantém avaliando o possível estrago da queda em seu corpo. Ela olha para as suas pernas, passa as mãos na bunda para tirar um pouco da poeira do chão, mas acho que ela não consegue controlar a boquinha linda e atrevida que tem por que logo me responde.

- Essa era minha intenção. – Fala revirando os olhos – Eu adoro vir correndo fechar os olhos e me jogar de cara no lixo, essa é a melhor sensação que existe, é inclusive melhor que pular de paraquedas você deveria experimentar. – Conclui em tom de ironia.

- Quem sabe se você me der uma pequena aula eu não me rendo a esse prazer também, pela sua cara de satisfação ao falar dessa sensação deve realmente ser uma delícia.

Ela abre a boca, surpresa com a minha resposta, ela realmente não esperava por essa.

- Quem sabe um dia? – Ela me dirige um sorriso cínico tentando retomar a sua postura debochada – Vou anotar na minha agenda e quando eu tiver vaga para o meu curso intensivo de prazer quem sabe eu não te encaixo - completou a engraçadinha.

Puta que pariu, a estressadinha entrou no jogo marcando logo um gol de placa, ela entendeu a meu duplo sentido e me provocou à altura. Confesso que adoro isso, e fiquei com um puta tesão por ela e seu “curso de prazer”, ela realmente deve ser excelente no que faz, em todos os sentidos.

Gosto de mulheres que se rendem a mim apenas na cama, mas fora dela um pouco de provocação e afronta me deixa enlouquecido e ela me acertou precisamente.

- Ótimo, serei o primeiro aluno da sua lista de espera, me passa o teu número de telefone, e eu ligo para saber quando poderemos ter essa aula, ou se preferir, podemos tê-la agora mesmo – retruco para ver se consigo o seu número de telefone, ou quem sabe até um alívio imediato para o imenso tesão que ela me deixou.

- Infelizmente tenho um aluno já agendado para hoje à noite – a filha da puta tem a audácia de me provocar - mas anote o seu telefone aqui, assim que eu tiver uma vaguinha eu ligo para você.

Ela me dá um sorriso desafiador, me mostra a barrinha do TOP rosa claro que usa para malhar para que eu escreva o número ali, e sabe o que acontece comigo?

Eu fico ainda mais louco de tesão pela estressadinha, ela é mais rápida do que eu pensei, passo as mãos nos bolsos, não tenho uma caneta, é claro que ela já imaginava isso.

- Poxa! – ela exclama - Acho que você não tem uma caneta, não é? Fica para uma próxima oportunidade então.

Com um sorriso nos lábios ela me dá às costas para seguir o seu caminho.

O que ela não sabe, é que ninguém me oferece algo que eu queira sem que eu o pegue imediatamente.

- Calma professorinha – Seguro-a pelo braço, mantendo-a parada por mais um instante - Ali na frente tem um quiosque – informo - Vou pedir uma caneta para anotar o meu número e esperar ansiosamente pelas minhas aulas.

Se ela achava que iria escapar de mim tão rápido assim está muito enganada. Noto o espanto em seu rosto, mas finjo que não vi, lentamente a conduzo silenciosa até o lugar onde eu havia falado. Maravilha, consegui deixar a estressadinha da boca esperta sem palavras. Agora quem fez o gol de placa fui eu. Empatamos o placar.

Que merda eu fui falar? Me questiono em pensamento. O homem conseguiu me deixar sem palavras, eu o provoquei porque sabia que ele não teria uma caneta para escrever seu telefone em minha blusa, mas jamais imaginei que ele iria providenciar uma.

Com grande sorriso nos lábios, o cafajeste, encosta no balcão, pede uma caneta, e assim que a tem nas mãos, me olha nos olhos, me desafiando claramente a manter a minha palavra.

No ápice da minha loucura e falta de noção, achando que ele jamais daria um jeito de escrever o seu número bem próximo de um lugar tão íntimo, os meus seios, eu dei aquela sugestão maluca, e agora em questão de segundos tenho que decidir se mantenho a provocação ou volto atrás no que disse. Respiro fundo, e pondero com os meus botões mentais: provavelmente eu jamais irei encontrar esse homem, mesmo que ele escreva o seu telefone, eu jamais ligarei para ele. Tomo a decisão de manter minha palavra, para em seguida sair correndo daqui com vergonha e com a certeza de que eu jamais quero ver esse homem em minha frente.

Mesmo que a minha amiguinha lá embaixo que há mais tempo do que eu sou capaz de contar não encontre nenhuma satisfação, com a vergonha que eu estou sentindo, eu jamais poderei vê-lo novamente.

- Fique à vontade – Exclamo, tentando demonstrar uma segurança que eu de fato não tenho, aponto novamente com os dedos para o local e seguro o seu olhar desafiador.

Ele abaixa, porque ele deve ser quase uns vinte centímetros mais alto que eu, alinha a cabeça ao meu peito, ele está perto, perto demais para eu manter a minha sanidade intacta, apoia os dedos no pedaço de pano e começa a escrever seu número seguido do seu nome, bem lentamente devo frisar.

- Nolan, meu nome é Nolan, não deixe de me ligar as suas aulas me deixaram muito interessado, de verdade. – Ele frisa o seu interesse.

Concordo com um aceno com a cabeça e me viro para me retirar, mas ele me segura novamente.

- Me passa o seu telefone? – Ele pede.

- Esqueci! – Dou um sorriso inocente.

- Qual o seu nome professorinha? Já que não lembra seu número de telefone, me diga seu nome para eu saber de quem se trata quando você me ligar – O presunçoso fala como se já tivesse certeza de que eu ligaria, pois vai esperando sentadinho.

- Sophia – falo meu nome com um sorriso de quem deixa claro que não irá ligar – pode esperar a ligação de Sophia – me viro em seguida e saio andando, o deixando parado como estátua no mesmo lugar.

A corrida perdeu totalmente o sentido para mim, tudo o que sinto no momento é um calor intenso por todo o corpo, principalmente entre minhas pernas.

Resolvo ir para casa. Por mais que eu tente, não consigo tirar os olhos dele da minha cabeça, definitivamente o homem precisa de pouco para chamar a atenção e ficar na mente.

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