24. Não tenho vergonha dos meus sentimentos
MARCO
•Passado•
– Augusto? Você ficou aí a semana toda, o que aconteceu? Você nunca mais falou comigo. – Franzo a testa, minha cabeça encostada na porta do quarto do meu irmão gêmeo.
Ele a mantinha trancada, ele não costumava mantê-la trancada. Nós sempre costumávamos brincar juntos, mas agora ele estava todo chato e bravo toda vez que eu tentava falar com ele.
Não sei o que fiz de errado, mas não consegui deixar de me culpar.
Eu o ouvia chorando tarde da noite e ficava ali perto da porta, perguntando o que havia de errado.
Certa noite, fiz meus pais invadirem o quarto para vê-lo, depois disso Augusto só ficou mais bravo comigo, e ele foi levado para uma senhora que conversava com ele sobre sabe-se lá o quê.
Acho que isso o fez se sentir melhor, bom, pelo menos foi o que eu pensei, parece que ele nunca mais chorou.
Não tenho certeza se isso era melhor, porque toda vez que eu o via na mesa de jantar, ou na escola, ele parecia diferente. Não uma diferença boa.
No come