Um assunto em comum...
Raissa Vilela
O som do jogo de videogame preenchia a sala. Ivan estava deitado no sofá de calça moletom e sem camisa, os olhos grudados na tela, manejando o controle com precisão e indiferença.
– Você vai ficar aí o dia inteiro? Eu gastei uma nota com aquele fotógrafo profissional pra montar o seu portfólio, Ivan. E na última vez que fomos à Elysium, você não demonstrou o mínimo interesse, nem abriu a boca direito! Me posicionei em pé de frente a ele com os braços cruzados e extremamente irritada.
– Não enche, Raissa. Eu fui, não fui? Isso já foi um esforço.
– Um esforço? Você tem noção de onde a gente estava? A Elysium é uma das maiores agências do país, e você agiu como se fosse um barzinho da Augusta. Acorda, Ivan! A boa vida não vem só com esse rostinho bonito. Ou você começa a se mexer ou vai sair desse apartamento. E rápido.
– Você quer que eu vire um boneco nas tuas mãos, é isso? Tá achando que pode me manipular igual fez com aqueles caras que você usou no passado? Acorda, Raís