Pamela
Acordei decidida.
Podia ter chorado na noite anterior, podia ter brigado e até me rendido nos braços do Caleb, mas uma coisa eu tinha certeza: eu não ia dar espaço pra Clarissa. Nem meio metro.
Me arrumei cedo, escolhi um vestido elegante mas confortável, prendi o cabelo de um jeito prático e, antes de sair, me olhei no espelho com aquela cara de quem já tinha se armado inteira. Eu não ia arrumar confusão, não ia descer do salto, mas ia ficar de olho. E se aquela mulher achava que podia brincar perto do meu marido, ela ia perceber que eu estava muito atenta.
Peguei a chave do carro — o carro que o Caleb tinha me dado — e dirigi até o trabalho sozinha, como já tinha decidido. Não queria olhares, não queria fofocas. Eu queria discrição, mesmo que isso custasse uns minutos a mais de trânsito.
Quando cheguei ao prédio, respirei fundo, ajeitei a bolsa no ombro e entrei. O andar executivo parecia o de sempre, mas bastou eu pisar ali que meus olhos foram direto pra ela.
Clarissa.
E lá