Pamela

Acordei antes do sol nascer, com o coração disparado e a cabeça cheia de pensamentos que eu nem sabia por onde começar.

A casa estava silenciosa, o tipo de silêncio que só o amanhecer tem. Caleb ainda dormia, e eu fiquei um tempo ali, deitada, observando o peito dele subindo e descendo devagar. Ele parecia tão calmo, tão alheio a esse furacão que estava se formando dentro de mim.

Levantei devagar, tentando não fazer barulho, e fui direto pro banheiro.

Já fazia dias que eu estava me sentindo estranha — enjoo, tontura, o desmaio, o sonho que tive com um bebê ,e um sono absurdo que me fazia cochilar até em reuniões. No começo, achei que fosse cansaço, o estresse do tribunal, as viagens… mas ontem à noite, quando Caleb comentou brincando que eu estava “comendo feito duas pessoas”, algo dentro de mim travou.

Duas pessoas.

Aquela frase ficou martelando na minha cabeça até eu não conseguir mais ignorar.

Por isso, agora, às seis da manhã de uma terça-feira, eu estava ali, parada na fre