Tá tudo bem amor.
Pamela
— Mas que porra foi essa, Caleb? — minha voz saiu muito mais alta do que eu imaginei, quase ecoando pelo escritório.
Ele piscou algumas vezes, como se tivesse levado um tapa.
— Pamela, não é o que parece, amor.
— Não é o que parece? — ri nervosa, cruzando os braços com força. — Parece que a sua secretária derramou água em você com o pretexto de esfregar a mão no seu peito.
Ele passou a mão pelos cabelos, suspirando.
— É… então, é exatamente o que parece.
— Pois é, não é? — virei de costas, bufando, tentando respirar fundo para não explodir mais do que já tinha explodido.
Meu sangue estava fervendo. Aquela cena não saía da minha cabeça: Clarissa, toda arrumadinha, se esfregando no peito dele, com aquele teatrinho ridículo de “ai, sou tão desastrada”. Quase vomitei só de lembrar.
— Amor… — Caleb abaixou a voz, tentando me acalmar como sempre fazia. Mas dessa vez não adiantava. Eu estava no limite, cansada daquela mulher se achar no direito de se insinuar na frente de todo mundo.