Caleb
Eu cheguei mais cedo que o normal naquele dia. Tinha dormido bem pela primeira vez em semanas, e a sensação era estranhamente boa — aquela calmaria antes da próxima tempestade, sabe?
Quando estacionei em frente à sede da empresa, o prédio parecia até diferente. O mesmo concreto, as mesmas janelas espelhadas, mas com outro peso. Agora, tudo ali voltava a ser meu de verdade.
A Pamela veio comigo. Ela desceu do carro ajeitando o blazer azul claro, o cabelo preso num coque meio bagunçado, linda como sempre. Ela achava que tava indo só pra acompanhar, mas eu tinha outros planos.
Ela não sabia de nada. E eu não ia contar antes da hora.
— Amor, por que essa cara de quem tá tramando alguma coisa? — ela perguntou, me olhando de lado.
— Eu? — sorri, empurrando a porta giratória. — Tô só feliz de ver as coisas voltando pro eixo.
Ela me estreitou os olhos, desconfiada. Pamela sempre me lia fácil demais.
O elevador subiu até o 15º andar, onde ficava a sala do conselho. Gustavo e Nicolas já