Caleb

Acordei com o celular vibrando sem parar. O número do Gustavo piscava na tela, e por um segundo, achei que fosse mais uma notícia ruim — já fazia tempo que eu só recebia bomba atrás de bomba. Mas quando atendi, a voz dele veio firme, quase animada:

— Caleb, conseguimos. O juiz aceitou a revogação. O poder voltou pra você.

Por um instante, eu fiquei em silêncio, tentando processar. Era como se alguém tivesse tirado um peso absurdo das minhas costas. Eu só consegui respirar fundo e apoiar a cabeça no travesseiro.

— Você tá falando sério, Gustavo? — perguntei, ainda desconfiado, como se aquilo fosse bom demais pra ser verdade.

— Completamente sério. O documento foi registrado ontem à noite. A partir de hoje, você tem o controle total da empresa de volta.

Fechei os olhos e ri sozinho. Era isso. Finalmente, depois de semanas de inferno, golpes, reuniões tensas, imprensa, greve, demissão injusta da Pamela… tudo começava a voltar pro lugar.

Levantei da cama num pulo. Pamela ainda dorm