— Por não desistir de mim.
Caleb
Eu achava que depois da primeira sessão com a psicóloga as coisas iam melhorar rápido. Tipo, eu ia sair de lá, respirar fundo e pronto, tudo resolvido. Mas descobri que não funciona assim. A cabeça não obedece só porque a gente quer. E isso me deixava irritado comigo mesmo, porque eu sempre fui o tipo que resolve tudo no grito, na força, no “deixa que eu dou um jeito”. Só que dessa vez… nada do que eu fazia tirava aquele peso do meu peito.
As noites continuavam sendo um tormento. Era fechar o olho e pronto: meu cérebro jogava na minha cara tudo que eu passei. Às vezes eu sentia até aquele cheiro podre do galpão, como se estivesse ali de novo. E quando isso acontecia, eu virava de lado na cama, tentando não despertar a Pamela.
Só que ela sempre acordava.
Sempre.
E isso me dava um aperto no coração. Porque eu tava ferrado e ainda tava ferrando ela junto.
Numa dessas noites, acho que eram quase três da manhã, ela se mexeu e colocou a mão no meu peito.
— Você tá acordado de novo — e