Caleb
A sala de reuniões estava lotada.
Eu, Pamela, alguns diretores e o tal líder da greve — um cara alto, de barba por fazer e olhar desconfiado, chamado Eduardo, do setor de logística.
Dava pra sentir o clima pesado no ar. A tensão era tão densa que parecia que o oxigênio dali pesava o dobro.
Pamela estava ao meu lado, firme, mas dava pra ver que ela estava tentando esconder o nervosismo. Ela mexia os dedos sem parar, e toda vez que alguém falava mais alto, eu via a respiração dela acelerar.
Eduardo foi o primeiro a quebrar o silêncio.
— Então, senhor Belmont, a gente pode começar? — perguntou, cruzando os braços.
Assenti.
— Pode. — Puxei a cadeira e me sentei. — Eu quero entender o que aconteceu, e resolver isso agora.
Ele riu, um riso curto, amargo.
— Resolver agora? O pessoal lá fora tá passando calor, gritando há horas, com medo de perder o emprego… e o senhor quer resolver “agora”? — ele falou com ironia. — Isso começou porque apareceu um documento interno, confirmando corte d