Pamela
O dia tinha sido daqueles que drenam a energia, mas ao mesmo tempo deixam uma sensação de dever cumprido. A reunião na empresa foi puxada, discussões, números, projeções. Caleb, como sempre, impecável. Eu observava o jeito dele falar, a segurança em cada palavra, e ficava ali, meio orgulhosa, meio apaixonada. E no meio de tudo, ele me olhava de lado, como se dissesse sem falar: está comigo, e isso me basta.
Quando saímos, o sol já tinha se escondido. O frio de São Paulo naquela época me fazia desejar qualquer desculpa para me enroscar nele.
— Restaurante? — ele perguntou, me olhando com aquele sorriso que sempre desmonta minhas defesas.
— Claro — respondi. — Eu mereço comida boa depois desse dia.
Acabamos indo a um dos nossos lugares favoritos, discreto, elegante, com uma iluminação baixa que criava a atmosfera perfeita. Sentamos à mesa perto da janela, pedimos vinho, e quando os pratos chegaram eu relaxei de verdade.
— Então, me conta, como foi o seu dia além da reunião? — Cal