Caleb
Acordei com aquele peso gostoso da Pamela jogada em cima de mim, tipo uma gatinha preguiçosa que não quer levantar nem se o mundo estiver pegando fogo. Eu já conheço: quando ela acorda assim, enfiada no meu peito, é porque a gente dormiu bem. Ou porque ela apagou no meio de uma conversa e nem lembra.
Os gêmeos tavam reclamando no quarto deles, aquele chorinho de “acorda logo, papai, porque somos dois e a gente não tem paciência nenhuma”. Eu ri sozinho. Cara… eu realmente virei pai. E não só pai: pai de dois. Se alguém tivesse me contado isso cinco anos atrás, eu ia mandar a pessoa criar vergonha. Hoje? Sou um babão completo. Totalmente dominado.
A Pamela abriu um olho, depois o outro, tipo quem tá com preguiça de existir.
— Eles tão chorando, Caleb… — ela murmurou, com a voz toda arrastada.
— Eu sei. — suspirei. — Vou lá.
Ela segurou meu braço.
— Não, vamos juntos. Hoje é nosso passeio. Quero tá com você desde a hora que o dia começa.
Eu nem discuto quando ela fala assim. Eu só