A gente venceu.
Pamela
Eu nunca imaginei que um dia eu ia estar entrando numa sala de terapia com o Caleb do meu lado. Tipo… nunca mesmo. Não porque eu ache que terapia é ruim, pelo contrário. Mas porque o Caleb sempre foi fechado, durão, cheio daquele orgulho dele que ninguém sabe de onde vem.
E agora ele tá aqui, do meu lado, segurando minha mão tão forte que parece até que eu vou fugir.
A psicóloga é aquela moça calma, com voz suave e sorriso acolhedor — que dá até sono. Ela sempre foi muito respeitosa com o Caleb, nunca forçou ele a falar, e acho que foi isso que fez ele aceitar continuar vindo. Hoje era só uma “consulta de revisão”, segundo ela. Só pra ver como ele tava indo.
Eu olho pra ele enquanto a gente senta no sofá da salinha. Ele respira fundo umas três vezes. A psicóloga percebe, óbvio, porque ela repara em tudo, mas ela só sorri e diz:
— Fico feliz que vocês vieram juntos hoje.
Eu aperto a mão do Caleb e ele aperta de volta.
Ele parece tranquilo… mas não aquele tranquilo real. É aquele