POV: Aslin Ventura
Passei o dia inteiro trancada no quarto.
Carttal entrava de vez em quando, me abraçava, perguntava se eu queria descer, se desejava comer alguma coisa, se precisava conversar. Mas eu apenas balançava a cabeça e pedia que ficasse mais um pouco comigo. Eu não queria ficar sozinha, mas também não conseguia encarar os outros. Não a ela.
Cinthia.
Seu rosto surgia toda vez que eu fechava os olhos. Aquele sorriso falso. Aquela voz carregada de veneno. Suas palavras girando na minha cabeça como lâminas.
“Será que você não queria de verdade escapar?”
Como ela ousava? Como podia ser tão cruel?
Respirei fundo e tentei me acalmar. Fiquei em silêncio, abraçando um dos travesseiros, olhando pela janela o entardecer que começava a tingir o céu. As cores estavam lindas, mas dentro de mim tudo seguia nublado. Sentia que a tempestade ainda não tinha acabado.
E eu não estava errada.
Quando chegou a hora do jantar, Carttal me estendeu a mão. Hesitei por um segundo, mas ele me olhou com