Mônica
O barulho dos talheres na sala de jantar é como se fosse mais um nível de tortura que estou sofrendo, ele me olha o tempo todo procurando algo na minha alma, eu não o encaro de volta, mas percebo que ele está com a mente barulhenta, cheia de perguntas, e eu gostaria que ele perguntasse, mas não, ele só me olha, e isso me assusta muito.
— Porque você me quer em casa? Para cozinhar para você e seus capangas? Porque acha que tudo vai voltar a ser como antes, Ronald?
Ele suspira bebendo um longo gole da sua bebida e coloca o copo calmante na mesa.
— Não acho que o nosso casamento vai ser igual ao que já foi um dia, mas acho que vou me divertir mais desta vez.
— O que você quer dizer com isso?
— Você vai descobrir logo!
— Eu não gosto de ficar no escuro, porque não diz logo o que espera de mim? Isso aqui…– Falo apontando para nós dois. – Isso não vai mais funcionar, eu não quero você e não sou mais a mulher que você forjou ao longo dos anos, não vai acontecer.
Ouço o toque do me