A minha escolha
A minha escolha
Por: F
Capítulo 1

— Filha, pronta? — Pergunta minha mãe do outro lado da porta.

— Sim, mãe. — Respondo ao sair do quarto, sem nenhuma vontade de estar em plena segunda-feira aqui na casa dos meus pais, sim deles, porque esta casa nunca aparentou minha, acho que se me enfiasse num canto qualquer nunca teriam dado pela minha falta. — Qual o motivo de vir até aqui?

— Filha, temos saudades tuas. Ainda que não aprovamos o seu curso. — Reclama entre dentes ao tocar em seu cabelo curto, tipo corte Chanel.

— Disse bem, o que quero estudar, não o que vocês planearam. — Rebato ao que me olha aborrecida com o ataque, mas nada diz, já que este jantar é só mais um para exibir a falsidade de família que somos.

— Bem-vindos, Watson. Teo está a cada dia mais belo. — Elogia minha mãe e analisando o garoto, a sua expressão é idêntica há que tenho ostentada no meu rosto, tédio.

— Agora que todos nós deliciamos com esta comida agradável, porque não informas o motivo do jantar, querido? — Pede minha mãe com um sorriso mais falso que uma nota de cem dólares falsificada na esquina ao lado.

A verdade é que meus pais são dois egocêntricos, casaram só ponderando com o que podiam vir a ganhar e com isso cada um têm sua coleção de amantes maior que as cadernetas de cromos das seleções de futebol.

— Emma, está na altura de receber um compromisso mais sério. — Inicia erguendo-se para ficar atrás da minha cadeira, suas mãos seguram nos meus ombros conciliando um pouco de aperto demais em relação que sou sua filha, não que isso importa, não para ele e suas agressões.

— O que isso quer dizer? — Questiono imaginado o pior, deles sempre é no pior que devemos pensar, ambos não tem escrúpulos e o casal do outro lado é farinha do mesmo saco, como diz o ditado popular.

— Querida, estás com 22 anos, concordamos que deseja concluir a faculdade, mas precisa ser uma mulher honrada. — Minha mãe tenta explicar-me como se o que profere fosse algo muito importante.

— Minha filha, é com muito carinho e emoção que anúncio que aceitei o pedido de noivado do filho dos Watson. — Meu pai declara e por um segundo penso em Tayler e nas suas brincadeiras quando ainda e crianças, até mudar e tornar-se uma ameaça para a imagem da sua família.

— O quê? — Questiono conduzindo meu olhar para o jovem em minha frente, este nem ergue o rosto que está abaixado em direção da toalha de mesa como se fosse muito melhor do que o assunto que está a ser pronunciado no nosso meio de convívio.

— Comporte-se. — Sussurra minha mãe cravando as unhas na minha perna direita, ao que me escapa um gemido dolorido.

— Estás prometida a Teo assim que este completar 18 anos. — Meu pai conclui o seu pronunciamento, distanciando-se para voltar a sentar como se um negócio acabasse de finalizar, mas é isso mesmo que se passa aqui, dinheiro e poder.

— Vocês só podem ter ficado embriagados neste jantar! — Falo arrastando a cadeira sem classe nenhuma, chegando a fazer aquele habitual ruido contra a madeira.

— Não te comportes como uma mulher de rua, Emma! — Rebate minha mãe tentando segurar no meu pulso, possivelmente para voltar a cravar suas garras selvagens como sempre que acha que me comporto diferente do que é normal para uma princesa da alta sociedade Nova-Iorquina, tenho várias marcas dela de diferentes tamanhos.

— Em que mundo vivem? Como é que passou pela cabeça de que iria casar, assim do nada?

— Não é do nada, estamos comunicando. — Argumenta meu pai, sisudamente. — Teo ainda tem 12 anos, ainda tens tempo para habituares-te, só precisas respeitar o teu noivo.

— Disse bem, 11 anos! — Contesto e quando meu olhar cruza com o de Teo, é suplica que implora para não me calar e não deixar nossos futuros nas mãos de nossos pais. — Nunca o vi como homem, para mim sempre foi o irmão caçula que nunca tive. Uma criança!

— Ele não é, vai crescer e tornar-se um homem. — Fala meu pai enfurecido com o que estou a fazer em frente a convidados, mesmo que estes não sejam nada do meu agrado.

— Não vou casar com ele. Melhor, não irei casar só porque vocês pretendem. Vocês são o meu pior exemplo no que diz respeito a matrimónio. — Rebato e minha mãe abaixa a cabeça, ela sabe que sei, de tudo desde que comecei a entender que o se passava na minha casa não igual às das crianças da escolinha, dos casais dos parques até mesmo os poucos funcionários que são casados tem mais brilho ao falar dos maridos ou esposas e dos seus filhos que os meus.

— Tu não me faças tomar medidas drásticas. — Ameaça meu pai perdendo a posse de cordial.

— Não tenho medo de si, desde criança que faz de mim o que pretende. Mas, agora chega, Teo é uma criança, mas eu? Já sou maior de idade, onde vocês tinham a cabeça para ponderar algo tão baixo? — Questiono seguindo até ao aparador para pegar em meu casaco e bolsa.

— Não te atrevas, Emma! — Minha mãe fala caminhando vagarosamente até mim, pois a altura de seu salto não é o aconselhável para ela.

— Vocês me dão nojo! — Rebato ao que meu pai, melhor, James Stone, porque pai nunca foi com as minhas palavras suspende seu andar chegando a apoiar seu corpo no batente da porta, entre a sala de estar e a de jantar.

— Se saíres por essa porta nunca mais te aceitamos de volta! — Declara em tom de ameaça com os braços cruzados.

— Façam como quiser, nunca foram pais de verdade! — Pronuncio ao ter conhecimento que é o fim, pelo menos o meu na família de renome que são os Stone.

Chamo um táxi, já que pelas vontades absurdas de meu pai, não tenho carta de condução, para ele mulher não deve saber nem contar, minha mãe é um dos exemplos mais perto que tenho de seu machismo. Não fez faculdade, aos 18 anos estava casada e aos 21 apareci. Bem, nem sei se foi planeada, mas tudo me leva a querer que foi um simples descuido.

No caminho até a faculdade, me levo para os meus pensamentos sei que vou ter problemas com eles. Possivelmente, há mais nessa história de casamento, mas nunca me irei casar. Também tenho certeza de que James, que se diz meu pai em frente aos seus amigos, quando quer ostentar vai cumprir o que ameaçou, e por isso ao passar em frente de uma caixa ETM que peço ao condutor para parar e esperar a minha volta, e lá levanto três vezes o máximo que dá pela ordem do banco em todos os cartões que possuo.

— Emma, que cara é essa? — Questiona Jasmine ao me ver chegar e deitar no sofá da sala.

Partilho o quarto com ela há quase dois anos, estou no meu último ano de faculdade. Ela entrou com uma bolsa de estudos, mas foi enganada e perdeu o lugar num quarto, que por acaso foi o melhor a acontecer já que houve problemas com drogas nesse mesmo apartamento. A conheci na biblioteca, ia dormir escondida em algum canto então deixei a ponderação de lado e a trouxe comigo para o apartamento, em segredo.

— Meus pais, são malucos! — Comento ao que senta numa cadeira de frente para mim.

— Explica. — Pede tocando nos meus cabelos carinhosamente.

— Eles querem casar-me com o Teo. — Digo de olhos fechados, sem notar as lágrimas começarem a cair por meu rosto.

— O quê? Com aquele menino que trouxeste no dia de campo aberto?

— Sim, esse mesmo.

— E esse, é o irmão do homem por quem és apaixonada? —Questiona dando um sorriso manhoso.

—Não estou apaixonada por ele. Foi coisa de criança. — Respondo incomodada, porque por um segundo no meio daquele maldito jantar ponderei que Ty, ia entrar por aquela sala adentro.

— Oh, claro que não estás. — Diz instigando ao que arremesso uma almofada contra o rosto dela. — Vamos, mas é dormir que amanhã temos aula. — Fala puxando meu braço para me erguer do sofá, percebendo que por mim já nem me movia dali.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP