Guillermo Ruschel
Já faz alguns anos que não me sinto descontrolado a tal ponto como vem acontecendo nesses últimos dias.
Confesso que não sei me portar diante das outras pessoas, pois nenhuma delas merece ver o quão incomodado e ressentido eu estou.
Elas não merecem nem saber a dor que sinto sempre que a vejo.
Mas não tem como fugir disso, ou eu encaro ou fujo.
E nem fodendo vou ser considerado o fujão da história.
Engulo o whisky que tem no meu copo enquanto meus olhos vão além da visão panorâmica à minha frente. Meus pensamentos me fazem sentir uma angústia tão profunda que não sinto nem vontade de sair de casa, o que é muito estranho, eu sei.
Por isso estou sem atender as ligações insistentes do meu melhor amigo. Ao menos, eu acho que seja Orion, pois ele é o único que tem o telefone fixo daqui, e para falar a verdade, nem sei por que eu ainda tenho isso.
Depositando o copo em cima do aparador, me afastei da varanda e me joguei no sofá, sentindo uma sensação ruim se apodera