Marlon
Chego na porta do barraco dela. Ela desce da moto ajeitando sua saia. De cara fechada, eu faço o mermo. Espero ela abrir o portão — que antes era madeira, agora é um portãozão grande de aço cor de chumbo. A frente agora é toda murada com o muro grafiado, pintado de cinza e duas faixas brancas na diagonal.
Ficou maneiro. Eu passo por aqui todos os dias e vi a construção. Minha vontade é de não deixar eles construir porra nenhuma. Ainda levo fé que ela vai voltar a morar comigo.
Deixei continuar porque a obra tá maneira. Ela mudou tudo da casa e a frente tá melhor que a minha. Quando ela voltar, nois pode ter duas também. Problema nenhum…
Quando entro na parte de dentro, a casa do lado de fora está da mesma cor cinza do muro e o madeiramento e as bordas da janela e porta branco.
Entro observando tudo. Dentro da casa tem cheiro de coisas novas e o perfume dela. Ela acende a luz da sala e vai acendendo até a cozinha e eu vou atrás olhando tudo. Tem saco preto em vários can