Luara
Saio sem dizer nada e vou para o banheiro sentindo minha bexiga apertada. Uso e lavo a mão, me olhando no espelho, vejo um fundo de tristeza nos meus olhos. A dor me aperta, mas eu não me permito chorar. Eu não me sinto culpada de nada.
Ninguém sabe de porra nenhuma e só fala porquê é facil julgar. É fácil mandar alguém fazer o que talvez nem a gente é capaz de fazer. Pra eles foi só um deslize e nada mais. Papo de macho escroto que não entende de sentimento. Ninguém sabe como é ruim viver o que eu sinto na pele.
Eu queria poder explicar, mas não existem palavras que traduzam o nó que sinto no peito. É como se cada emoção brigasse por espaço dentro de mim. O medo me paralisa, o desejo me consome, a dúvida me corrói.
Eu quero, mas não dá. Ainda existe o “se”... E se ele me fazer de otária de novo? Se eu ceder e ele conseguir me manipular outra vez. Vai valer a pena reviver tudo isso? Eu só não quero sofrer mais.
Essa dor parece incurável. Eu posso até congelar, mas quand