A fila de cumprimentos parecia interminável. Gente que eu nunca tinha visto na vida se aproximava com o mesmo sorriso, a mesma fala ensaiada e a mesma mania de apertar minha mão como se fosse conferir se eu era mesmo feita de carne e osso.
Zadock permanecia ao meu lado, impecável no terno preto que eu insistia em achar que não lhe caía bem. Era como um general em desfile: sério, inabalável, dono do espaço. Eu, claro, era o troféu que ele exibia sem cerimônia. Um troféu sem valor algum, daqueles de alumínio, que se ganha nas disputas da escola primária.
— Parabéns, senhor Asheton. — Um homem bem apessoado e com um relógio que parecia ser feito de ouro puro cumprimentou. — E parabéns à sua bela esposa.
Zadock apenas inclinou a cabeça. Eu sorri, porque era o que esperavam de mim. Sorrir sem mostrar demais, sem revelar que cada palavra proferida sobre aquilo não me trazia nenhum tipo de sentimento ou emoção.
Mas, sob os flashes e olhares, eu era obrigada a encarnar o papel. Uma coleira