— Grávida? Como? — olhei para a barriga dela, atordoada.

— Um acidente. Não... tenho um relacionamento com a pessoa. Estávamos só... ficando. Fui uma idiota e não me cuidei.

— Mas... por estar grávida não precisa ir embora.

— E também não posso ficar, Cali.

— Você contou... para o pai da criança?

— Sim — ela abaixou a cabeça, sem jeito — ele não vai assumir. Me ofereceu dinheiro para tirar a criança.

— Meu Deus!

Por um momento, eu percebi que existia vida e problemas em outros lugares, não só comigo. Eu estava há tanto tempo vivendo num mundo restrito que esqueci que a vida podia ser bem cruel com outras pessoas além de mim.

— Eu não vou tirar.

Sorri, me sentindo aliviada:

— Fico tão feliz em