Enzo sorriu.

— Eu gosto quando você fica bem-humorado. — Encostou os dedos na mesa, sem sentar. — Vamos aos números, então. A fusão da subsidiária sul, você vai empurrar o comitê com margem de doze. Oito lhe bastaria. Oito garante paz. Doze compra guerra. Adivinha quem lucra com a guerra?

— Eu — respondi. — Sempre eu. Desde quando isto é novidade?

— E o que você perde?

— Os que confundem paz com mediocridade.

Enzo estalou a língua, satisfeito com a resposta que esperava. Era um velho jogo entre nós: ele montava armadilhas de retórica, eu as atravessava com fatos.

O problema de Enzo é que ele acreditava ser um bom CEO. A verdade é que ele não era. Enzo Asheton era um caos no mundo corporativo. Isto porque deixava os negócios serem o espelho da sua vida pessoal, regada a festas, dinheiro, p